Dulce Pontes

Dulce Pontes, 2022
Dulce Pontes

Dulce Pontes, nome artístico de Dulce José da Silva Pontes (Montijo, 8 de abril de 1969) é uma das cantoras portuguesas mais populares e reconhecidas internacionalmente. Em Portugal, recebeu especial destaque na década de 1990, sendo hoje o seu nome ainda hoje considerado como um dos mais consagrados do cenário musical português.

Dulce Pontes interpreta canções pop – mais concretamente canções que podem ser enquadradas no género adult contemporary -, música portuguesa típica – inclusivamente Fado e folclore –, bem como música clássica. Costuma definir-se como uma artista da world music.

É compositora, poeta, arranjadora e produtora. A sua atividade artística contribuiu para o renascimento do Fado nos anos noventa do século passado. Distingue-se pela sua voz, que é versátil, dramática e com uma capacidade invulgar de transmitir emoções. É uma soprano dramática, com uma voz potente.

Atuou em palcos como o Carnegie Hall e ao lado de nomes como Ennio Morricone, Andrea Bocelli e José Carreras.

Ainda criança, Dulce aprendeu a tocar piano, estudando música no Conservatório de Lisboa. Estudou Dança Contemporânea entre os 7 e os 17 anos. Em 1988, no decorrer de um casting onde foi selecionada entre várias candidatas, iniciou a atividade profissional na comédia musical “Enfim sós”, prosseguindo com “Quem tramou o Comendador”, no Teatro Maria Matos, como atriz, cantora e bailarina. Em 1990 foi convidada a integrar o espetáculo “Licença para jogar” no Casino Estoril. Tornou-se popular junto do público português através do programa de televisão Regresso ao Passado.

Em 1991, venceu o Festival RTP da Canção de 1991, tendo depois representado Portugal no Festival Eurovisão da Canção desse mesmo ano, onde cantou “Lusitana Paixão”. Alcançou o oitavo lugar entre 22 países participantes, um das melhores classifcações de Portugal no Eurofestival.

Em 1992, Dulce Pontes gravou o primeiro álbum, Lusitana. Continha principalmente canções pop, que certamente eram ainda muito abaixo das ambições, capacidades e imaginação artística da Dulce.

Todavia, já naquela altura sabia-se que Dulce era uma excelente intérprete, fadista e compositora. As primeiras provas disso apareceram um ano depois, em 1993, quando foi lançado o seu segundo disco, chamado Lágrimas. Dulce abordou o Fado duma forma muito pouco ortodoxa. Misturava Fado tradicional com ritmos e instrumentos modernos, procurando novas formas de expressão musical. Enriquecia os ritmos ibéricos com sons e motivos inspirados pela tradição da música árabe e balcânica, principalmente búlgara. A sua versão do clássico “Povo Que Lavas No Rio” era tudo menos clássica. Mas Lágrimas tinha também faixas bastante tradicionais, fados clássicos gravados ao vivo em estúdio e cantados em rigor com todas as exigências do Fado ortodoxo, abordando de igual forma inovadora o cancioneiro de José Afonso e o Folclore Português.

Foram estes os temas (“Lágrima” e “Estranha Forma de Vida”) que lhe deram a denominação de “sucessora e herdeira da Amália Rodrigues”. Mas o maior êxito do Lágrimas foi um outro clássico, “A Canção do Mar”, que, no Brasil, foi usado como tema de abertura de uma adaptação do romance As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis, em telenovela. Interpretado por Dulce, este tema tornou-se um dos maiores êxitos da canção portuguesa de sempre e sendo provavelmente a canção portuguesa mais conhecida fora de Portugal, interpretada até hoje pelo mundo fora por vários artistas. “A Canção do Mar” interpretada por Dulce faz também parte da banda sonora do filme americano “As Duas Faces de um Crime” (título inglês – “Primal Fear”), no qual Richard Gere contracena com Edward Norton.

Em 1995, Dulce lançou o álbum ao vivo Brisa do Coração, gravado no Porto.

O disco seguinte, Caminhos, foi lançado em 1996.

O disco O Primeiro Canto foi lançado em 1999. A crítica considerou-o o melhor, e também o mais ambicioso e difícil na carreira da Dulce.

Foi lançada uma edição especial deste disco com três faixas adicionais: uma versão em espanhol de “Pátio dos Amores”, o célebre tango do inesquecível Astor Piazzolla “Balada para un Loco” e mais uma música composta por Dulce, “A minha barquinha”.

Em 2002 foi lançado o disco Best of pela Movieplay Portuguesa.

2003 trouxe uma grande novidade e reviravolta na vida artística da Dulce Pontes. Foi lançado o Focus, que é fruto da colaboração da Dulce com Maestro Ennio Morricone. Dulce cantou alguns dos clássicos do compositor, mas o disco contém também composições originais, compostas pelo Maestro especialmente para a voz da Dulce. O principal objetivo deste disco foi consagrar uma grande voz. Gravado em Itália contém temas cantados em português, inglês, espanhol e italiano.

O disco O Coração Tem Três Portas foi editado em 2006 e foi lançado no dia 25 de Novembro desse mesmo ano na inauguração oficial do Coliseu de Elvas perante cerca de 5 mil pessoas. Este ano marca também a criação de Ondeia Música, editora da própria Dulce. O DVD inclui um concerto gravado em Istambul e o making of das gravações efetuadas nos monumentos (Igreja de Santa Maria em Óbidos e no Convento de Cristo em Tomar).

Em parceria com José Carreras, protagonizou a abertura oficial da eleição das Novas 7 Maravilhas do Mundo, realizado em Portugal, com o tema “One World” (Todos somos um) de sua autoria, para uma grande emissão televisiva.

Tem levado a cultura Portuguesa através da sua sensibilidade aos quatro cantos do Mundo. Carnegie Hall em Nova Iorque (2007), Royal Albert Hall em Londres com Ennio Morricone, são apenas dois exemplos da sua popularidade. Tornou-se a primeira cantora portuguesa a atuar na Bulgária, em Sófia.

Em 2009 comemorou os 20 anos de carreira com o lançamento do álbum duplo “Momentos”. Participou como artista convidada, com outros artistas como Juliette Greco e Randy Crawford, na cerimónia de abertura do Wiener Festwochen Viena (Áustria). Atuou no Herodes Atticus Odeon em Atenas acompanhada pelo guitarrista flamenco Paco Peña e pelo músico grego Thanassis Polykandriotis. Colaborou com o compositor Christopher Tin no disco “Calling All Downs”. Participou ainda no CD tributo a Joan Manuel Serrat com o tema “Santíssima Music”.

2010 começou com a edição internacional de “Momentos” e vários concertos em Espanha e Itália. Espanha reconheceu a sua carreira com o prémio Golden Microfone concedido pela Federação de Rádio e Televisão. Participou no álbum “Graffiti” de Júlio Pereira.

Em 2011 deslocou-se pela primeira vez à Argentina onde participou no Festival Nacional de Folclore de Cosquín convidada pelo pianista argentino Juan Carlos Cambas.

Em 2012 actuou por duas ocasiões em Bragança. Participou no livro-CD intitulado “Os Mensageiros. Antologia de Fernando Pessoa”.

“Peregrinação” é o álbum que marca o regresso às edições em nome próprio.

Fonte: Wikipédia

Dulce Pontes e Ennio Morricone

Partilhe
Share on facebook
Facebook