Miguel Feraso Cabral
Miguel Feraso Cabral
Miguel Feraso Cabral é um multi-instrumentista que começou por tocar bateria em bandas próximas do punk rock em Lisboa no início dos anos noventa. Mais tarde tocou bateria e percussão numa orquestra de metais, numa big band de jazz e num quarteto de dixieland.
Já nos finais dos anos 90, começou a explorar diferentes abordagens sonoras, técnicas de composição e de gravação ímpares, tanto tocando como gravando instrumentos convencionais ou de fabrico próprio.
Como escreveu Rui Eduardo Paes, antigo editor do jazz.pt: “Elegendo como matéria-prima os conteúdos de uma sucata ou de uma oficina de técnicos electrónicos, tem-se destacado no panorama da música criativa portuguesa. Cabral é um músico de muitas ideias e recursos”.
Desde 2000 lançou vários álbuns numa linha mais experimental, tendo o ‘The Nevermet Ensemble – Quarto Escuro’, pela sua editora Rudimentol em 2005, recebido especial atenção das imprensas portuguesa e internacional. O álbum foi construído pela composição e mistura no estúdio de Miguel Feraso Cabral sobre samples enviados por estranhos de várias nacionalidades e adições de instrumentos tocados por si. “Um filme sónico”, escreveu Mike Barnes na The Wire.
Por um curto período foi baterista dos Coty Cream.
As suas actuações ao vivo são sobretudo improvisadas, tendo tocado, em grupo ou a solo, em diversos eventos e festivais em Portugal e na Europa, como Alkantara, Jazz em Agosto, EME, Creative Sources Fest, Sofar Sounds, L.E.M., entre muitos outros. As performances de Cabral tanto podem ser a tocar bateria, guitarra eléctrica e electrónicas, assim como instrumentos inventados e construídos por si.
Paralelamente, compõe bandas sonoras e cria sound design para documentários, para jogos e para publicidade.
Entre 2017 e 2023, Miguel Feraso Cabral tocou ao vivo a solo com guitarra eléctrica e eletrónicas, promovendo o encontro de fragmentos melódicos e cadências rítmicas com a exploração sonora livre, em improvisações sobre material pré-gravado transformado em tempo real e sobre loops criados no momento. A maioria destas actuações foi gravada, constituindo a matéria-prima para a composição de todas as faixas de Deambul, lançado em 2023.
Sobre estas gravações, foram feitas manobras de corte e costura em estúdio e adicionadas camadas de percussão, bateria, eletrónica lo-fi, gravações caseiras esquecidas – e mais guitarras.
A linguagem oscila entre alguns elementos retro, outros quase folk e outros mais experimentais. A música é energética, cinematográfica e por vezes melancólica.
Miguel Feraso Cabral: guitarras eléctricas, eletrónicas, bateria, baixo, darbuka, pandeireta, objectos