Tag Archive for: canção de intervenção

Charanga com X - 10 anos depois entre Beats & Toques
charanga

Em 2019, a charanga completou 10 voltas ao sol celebrando a efeméride com uma nova coleção de modas, “charanga com X – 10 anos depois entre Beats & Toques”.

Discografia

charanga com X – EP Singles! (2019)
Tribut’ó Ti Tobias (2016)
Borda Tu! (2013)
TransBorda (2013)
Electrónica cá da terra (2009)

Charanga com X - 10 anos depois entre Beats & Toques

charanga com X – 10 anos depois entre Beats & Toques

Partilhe
Share on facebook
Facebook
Manuel Freire, Devolta, 1978.
Manuel Freire

Antes de Manuel Freire se dar a conhecer ao grande público actuando em duas edições do programa televisivo (de grande audiência) “Zip-Zip”, a segunda delas coincidindo com a última do próprio programa, a 29 de Dezembro de 1969, na qual apresentou a belíssima “Pedra Filosofal”, que não tardou a tornar-se o seu ‘cartão-de-visita’, já havia publicado, no ano anterior, dois discos em formato EP – “Manuel Freire canta Manuel Freire” e “Trovas Trovas Trovas” – ambos sob o selo Tagus, propriedade do maestro Jorge Costa Pinto.

A segunda daquelas edições seria apreendida pela PIDE por conter uma canção, “O Sangue Não Dá Flor”, que tinha (tem) uma mensagem explicitamente antimilitarista cujos destinatários eram, como facilmente se depreendia naquele contexto histórico, os soldados portugueses que nas matas africanas derramavam o seu sangue combatendo numa guerra sem sentido: «Poisa a espingarda, irmão/ que o sangue não dá flor!/ Para amanhã ser melhor/ não podemos perder amor.»

Sobre o primeiro EP não caiu o anátema da proibição, embora a canção “Livre” não fosse inócua para um regime que estava longe de prezar a liberdade e o pensamento sem peias.

O facto de os dois primeiros versos («Não há machado que corte/ a raiz ao pensamento») serem de origem popular talvez tenha demovido os censores de interditarem a canção. Certo, certo é que o mesmíssimo poema com música de Fernando Lopes-Graça, juntamente com as demais “Canções Heróicas”, teve sorte diferente: expressamente proibida a edição fonográfica, assim como a apresentação em espectáculos. Ora, e a menos que Manuel Freire tivesse ouvido a canção de Lopes-Graça em algum sarau privado – o que não aconteceu, conforme afirmou ao jornalista Nuno Pacheco, por ocasião do 50.º aniversário da publicação do seu disco de estreia («Atrevi-me a musicar um poema do Carlos de Oliveira já musicado pelo Fernando Lopes-Graça. Mas não sabia, se soubesse não me tinha atrevido. Foi a primeira oportunidade de gravar as minhas coisinhas.», in “Público”, 17.11.2018) – o conhecimento que tomou do texto só podia ser pela leitura, provavelmente da antologia “Poesias”, de Carlos de Oliveira, publicada pela Portugália Editora, em 1962, no âmbito da colecção “Poetas de Hoje” (a primeira aparição em volume dera-se em 1950, no livro “Terra de Harmonia”, com chancela da editora Centro Bibliográfico).

E ainda bem que Manuel Freire se atreveu a transpor o poema “Livre” para canção porque, além de dar uma pérola à Música Popular portuguesa, ela teve o bendito condão de tornar-se uma das mais emblemáticas do seu repertório, quiçá só superada pela famosíssima “Pedra Filosofal”. É provável que antes da Revolução dos Cravos a canção “Livre” não passasse na Emissora Nacional, ademais não se inserindo Manuel Freire nos dois géneros mais acarinhados pela rádio oficial do regime – nacional-cançonetismo e Fado –, mas estamos em crer que alguma divulgação teve nas rádios privadas.

No pós-25 de Abril de 1974, foi uma das canções mais radiodifundidas. No Dia da Liberdade de 2022, em que se celebra o 48.º aniversário da eclosão da Revolução dos Cravos, foi também – feliz coincidência! – o do 80.º aniversário do nascimento do notabilíssimo compositor e intérprete que, na esteira de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Luís Cília, desempenhou um significativo papel na resistência à ditadura, ajudando a desbravar o caminho que trouxe a Liberdade de regresso a Portugal.

Fonte: A Nossa Rádio

Discografia

Álbuns

Manuel Freire, Fernando Alvim, Pedro Caldeira Cabral – Dedicatória 3 versões Tecla 1972

Manuel Freire 2 versões Zip Zip, Zip Zip 1974

Devolta (LP, Álbum) Diapasão 1978

Pedra Filosofal 5 versões Strauss 1993

Manuel Freire Canta José Saramago – As Canções Possíveis 2 versões Editorial Caminho, SARL 1999

Manuel Freire, Vitorino, José Jorge Letria – Abril, Abrilzinho (CD, Album, Special Edition) Praça das Flores, Público 2006

Versos Diversos de Vitorino Nemésio (CD, ) Ovação 2014

Singles & EPs

Trova / Lutaremos Meu Amor (7″) Tecla 1968

Canta Manuel Freire 2 versões Tagus 1968

Trovas Trovas Trovas 2 versões Tagus 1968

Pedra Filosofal 2 versões Zip Zip, Zip Zip 1970

Trova do Emigrante (7″, Single) Tecla 1970

Dulcineia 2 versões Zip Zip 1971

Pedro Só 2 versões Zip Zip 1972

Abaixo o D. Quixote (7″, 45 RPM, EP, Stereo) Guilda da Música 1973

Os Emigrantes (7″, 45 RPM, Single) Diapasão 1979

Compilações

Canto & Autores 09 (CD, Compilação) Levoir, Público 2014

Manuel Freire, Devolta, 1978.

Manuel Freire

Manuel Freire, Pedro Só

Partilhe
Share on facebook
Facebook
José Medeiros, A dúvida soberana
Zeca Medeiros

José Medeiros, popularmente conhecido como Zeca Medeiros (Vila Franca do Campo, Ilha de São Miguel, Açores, 9 de dezembro de 1951), é um músico, compositor, ator e realizador português. Venceu o Prémio José Afonso em 2005.

As suas obras ficaram na memória colectiva, puras referências do cinema da televisão pública. Séries como “Mau Tempo no Canal”, “Xailes Negros” ou “Gente Feliz com Lágrimas”. Além de ter sido o realizador dessas obras, também foi da sua alçada a composição das respectivas bandas sonoras. Em alguns casos, dando voz a intérpretes, como Minela ou Susana Coelho.

Começou a sua vida pela música, tocando a bordo do paquete de seu nome “Funchal”, quando este, a dada altura, deixou de efectuar as ligações marítimas às ilhas dos Açores e da Madeira, e entrou na era dos cruzeiros.

Algum tempo depois, após cumprir o serviço militar, iniciou o seu trabalho para a RTP, entrando para os quadros da estação, em Lisboa, percorrendo um longo trilho de várias aprendizagens, desde as VTPs até Assistente de Realização.

A abertura da televisão no arquipélago dos Açores fez com que regressasse às suas terras de origem. Aí, deu início à sua carreira de realizador, que o levou à ribalta e mostrou ao mundo o que se fazia nos Açores, com os fracos recursos que existiam na região, na altura.

Discografia

Álbuns

ala-bote! ‎(LP, Álbum) DisRego DRL 00.11 1986
Luís Bettencourt / José Medeiros – Balada Do Atlântico ‎(LP, Álbum) Disrego DRL-00.12 1987
O Feiticeiro do Vento ‎(CD, Álbum) DisRego DRD 00.04 1995
7 Cidades – A Lenda do Arcebispo ‎(CD, Álbum) DisRego DRD 00.05 1998
Cinefilias E Outras Incertezas ‎(CD, Álbum) Memórias CDM 006 1999
Gente Feliz Com Lágrimas ‎(CD, Álbum) Memórias CDM 012 2002
Torna-Viagem ‎(CD, Álbum) Memórias CDM 019 2004
Fados, Fantasmas E Folias ‎(2xCD, Álbum) Algarpalcos 978-989-97036-0-5 2010
Filipa Pais, João Afonso, Maria Anadon, José Medeiros, Firmino Pascoal – Por Terras do Zeca ‎(CD, Álbum) Tradisom TRAD111 2018
A Dúvida Soberana ‎(CD, Álbum, Dig + DVD-V) Tradisom TRAD137/138 2021

Singles & EPs

Pedrada No Charco ‎(7″, Single) Alvorada N-S-97-132 1978
Vida Roseira ‎(7″, Single) Alvorada ALV 97-164 1980
Suzana Coelho, José Medeiros / Luís Bettencourt – Xailes Negros ‎(7″, Single) Ovação OV-N-019 1986

José Medeiros, A dúvida soberana

Partilhe
Share on facebook
Facebook
José Afonso, cantautor de intervenção
José Afonso

José Afonso, nome pelo qual é conhecido José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, filho de José Nepomuceno Afonso dos Santos, magistrado, e de Maria das Dores Dantas Cerqueira, professora primária.

A 4 de Dezembro de 1957, José Afonso actuou em Paris, no Teatro “Champs Elysées” ao lado de Fernando Rolim, voz, António Portugal e David Leandro nas guitarras de Coimbra e Sousa Rafael e Levy Baptista nas violas.

Em 1959 começou a frequentar colectividades e a cantar regularmente em meios populares.

Nos inícios do ano lectivo de 1959/60 foi colocado por 10 dias num colégio em Aljustrel, transitando depois para a Escola Técnica de Alcobaça onde foi professor provisório entre 3 de Outubro de 1959 e 30 de Julho de 1960.

Em 1960 foi editado o quarto disco de José Afonso. Trata-se de um EP para a rapsódia, intitulado Balada do Outono. Em Agosto fez nova digressão com o Orfeão Académico de Coimbra a Angola. Deslocou-se a Paris e Genebra com Fernando Rolim, voz, António Portugal e David Leandro nas guitarras de Coimbra e Sousa Rafael e Levy Baptista nas violas. Na cidade helvética gravou uma serenata para a Eurovisão.

De 1961 a 1962 seguiu atentamente a crise estudantil deste último ano. Conviveu em Faro com Luiza Neto Jorge, António Barahona, António Ramos Rosa e Pité e namorou com Zélia, natural da Fuzeta, que seria a sua segunda mulher.

Em 1962 foi editado o álbum Coimbra Orfeon of Portugal, pela Monitor, dos Estados Unidos, com «Minha Mãe» e «Balada Aleixo», onde José Afonso rompeu definitivamente com o acompanhamento das guitarras. Nestas duas baladas foi acompanhado exclusivamente à Viola por José Niza e Durval Moreirinhas.

Em 1963 foi editado outro EP de «Baladas de Coimbra». Voltou a ser professor provisório na mesma escola em Faro, de 19 de Outubro de 1962 a 31 de Julho de 1963.

Em Maio de 1964, José Afonso actuou na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspirou para fazer a canção «Grândola, Vila Morena», que viria a ser, no dia 25 de Abril de 1974, a senha do Movimento das Forças Armadas (MFA) para o derrube do regime ditatorial.

Nesse mesmo ano foi editado o EP «Cantares de José Afonso», o único para a Valentim de Carvalho. Também em 1964 foi editado, pela Ofir, o álbum «Baladas e Canções», que viria a ser reeditado em CD pela EMI em 1996.

De 1964 a 1967, José Afonso esteve em Lourenço Marques com Zélia, onde reencontra os seus dois filhos. Nos últimos dois anos, deu aulas na Beira. Aqui musicou Brecht na peça «A Excepção e a Regra». Em Moçambique nasceu a sua filha Joana (1965).

Em 1967 regressou a Lisboa esgotado pelo sistema colonial. Deixou o filho mais velho, José Manuel, confiado aos avós em Moçambique. Colocado como professor em Setúbal, sofreu uma grave crise de saúde que o levou a ser internado durante 20 dias na Casa de Saúde de Belas. Quando saiu da clínica, tinha sido expulso do ensino oficial. Foi publicado o livro «Cantares de José Afonso», pela Nova Realidade. O PCP convidou-o a aderir ao partido, mas José Afonso recusa invocando a sua condição de classe. Assinou contrato discográfico com a Orfeu, para quem gravou mais de 70 por cento da sua obra.

Expulso do ensino, em 1968 dedicou-se a dar explicações e a cantar com mais assiduidade nas colectividades da Margem Sul, onde era nítida a influência do PCP. Pelo Natal, editou o álbum «Cantares do Andarilho», com Rui Pato, primeiro disco para a Orfeu. O contrato é sui generis: contra o pagamento de uma mensalidade (15 contos), José Afonso é obrigado a gravar um álbum por ano.

José Afonso, cantautor de intervenção

José Afonso, cantautor de intervenção

Em 1969 a Primavera marcelista abriu perspectivas de organização ao movimento sindical. José Afonso participou activamente neste movimento, assim como nas acções dos estudantes em Coimbra. Editou o álbum «Contos Velhos Rumos Novos» e o single «Menina, dos Olhos Tristes» que contém a canção popular «Canta Camarada». Recebeu o prémio da Casa da Imprensa para o melhor disco, distinção que se repetiu em 1970 e 1971. Pela primeira vez num disco de José Afonso, aparecem outros instrumentos que não a Viola ou a guitarra. Trata-se do último álbum com Rui Pato. Nasceu o último filho, o quarto, Pedro.

Em 1970 foi editado o álbum «Traz Outro Amigo Também», gravado em Londres, nos estúdios da Pye, o primeiro sem Rui Pato, impedido pela PIDE de viajar. Carlos Correia (Bóris), antigo músico de rock, dos Álamos e do Conjunto Universitário Hi-Fi, substituiu Pato. A 21 de Março, por unanimidade, a Casa da Imprensa atribuiu a José Afonso o Prémio de Honra pela «alta qualidade da sua obra artística como autor e intérprete e pela decisiva influência que exerce em todo o movimento de renovação da Música Ligeira portuguesa». Participou em Cuba num Festival Internacional de Música Popular.

Pelo Natal de 1971, foi lançado o álbum «Cantigas do Maio», gravado perto de Paris, nos estúdios de Herouville, um dos mais caros e afamados da Europa. O álbum é geralmente considerado o melhor disco de José Afonso. A editora Nova Realidade publicou o livro «Cantar de Novo».

No ano de 1972 o álbum chama-se «Eu Vou Ser Como a Toupeira», gravado em Madrid, nos Estúdios Cellada, com a participação de Benedicto, um cantor galego amigo de Zeca, e com o apoio dos Aguaviva, de Manolo Diaz. O livro, editado pela Paisagem, tem apenas o título de «José Afonso».

Em 1973 José Afonso continuou a sua «peregrinação», cantando um pouco em todo o lado. Muitas sessões foram proibidas pela PIDE/DGS. Em Abril foi preso e fica 20 dias em Caxias até finais de Maio. Na prisão política, escreveu o poema «Era Um Redondo Vocábulo». Pelo Natal, publicou o álbum «Venham Mais Cinco», gravado em Paris, em que José Mário Branco voltou a colaborar musicalmente. No tema-título, participou Janine de Waleyne, solista dos Swingle Singers, o melhor grupo vocal de jazz cantado da altura, na opinião de José Niza.

De 1974 a 1975 envolveu-se directamente nos movimentos populares. O PREC (Processo Revolucionário Em Curso) foi a sua paixão. Cantou no dia 11 de Março de 1975 no RALIS para os soldados. Estabeleceu uma colaboração estreita com o movimento revolucionário LUAR, através do seu amigo Camilo Mortágua, dirigente da organização. A LUAR editou o single «Viva o Poder Popular» com «Foi na Cidade do Sado» no lado B. Em Itália, as organizações revolucionárias Lotta Continua, Il Manifesto e Vanguardia Operaria editaram o álbum «República», gravado em Roma a 30 de Setembro e 1 de Outubro, nos estúdios das Santini Edizioni. As receitas do disco destinavam-se a apoiar a Comissão de Trabalhadores do jornal República ou, caso o jornal fosse extinto, como foi, o Secretariado Provisório das Cooperativas Agrícolas de Alcoentre. O álbum inclui «Para Não Dizer Que Não Falei de Flores» (Geraldo Vandré), «Se os Teus Olhos se Vendessem», «Foi no Sábado Passado», «Canta Camarada», «Eu Hei-de Ir Colher Marcela», «O Pão Que Sobra à Riqueza», «Os Vampiros», «Senhora do Almortão», «Letra para Um Hino» e «Ladainha do Arcebispo». Francisco Fanhais colaborou na gravação do disco, juntamente com músicos italianos.

Em 1976 apoiou a candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho, cérebro do 25 de Abril e ex-comandante do COPCON (Comando Operacional do Continente), apoio que reeditou em 1980. Fase cronista de José Afonso que publica o álbum «Com as Minhas Tamanquinhas». O disco tem a surpreendente participação de Quim Barreiros. É, na opinião de José Niza, «um disco de combate e de denúncia, um grito de alma, um murro na mesa, sincero e exaltado, talvez exagerado se ouvido e lido ao fim de 20 anos, isto é, hoje». É a «ressaca» do PREC.

O álbum «Enquanto Há Força», editado em 1978, de novo com Fausto, representa mais um exemplo da fase cronista do cantor, ligada às suas preocupações anti-colonistas e anti-imperialistas e à sua crítica mordaz à Igreja. Inclui as participações, entre outras, de Guilherme Inês, Carlos Zíngaro, Pedro Caldeira Cabral, Rão Kyao, Luís Duarte, Adriano Correia de Oliveira e Sérgio Godinho.

Em 1979 foi editado o álbum «Fura Fura», com a colaboração musical de Júlio Pereira e dos Trovante. O disco inclui oito temas de música para teatro, compostos para as peças «Zé do Telhado», de A Barraca, e «Guerra do Alecrim e Manjerona», da Comuna. Actua em Bruxelas no Festival da Contra-Eurovisão.

Em 1981, após dois anos de silêncio, regressou a Coimbra com o seu álbum «Fados de Coimbra e Outras Canções». Trata-se da mais bela versão do Fado de Coimbra, interpretada por Zeca Afonso em homenagem a seu pai e a Edmundo Bettencourt, a quem o disco é dedicado. Actuou em Paris, no Théatre de la Ville.

Em 1982 começam a conhecer-se os primeiros sintomas da doença do cantor, uma esclerose lateral amiotrófica. Actuou em Bourges no Festival de Printemps.

Em 29 de Janeiro de 1983 realizou-se o espectáculo no Coliseu com José Afonso já em dificuldades. Participaram Octávio Sérgio, António Sérgio, Lopes de Almeida, Durval Moreirinhas, Rui Pato, Fausto, Júlio Pereira, Guilherme Inês, Rui Castro, Rui Júnior, Sérgio Mestre e Janita Salomé. Foi publicado o duplo álbum «Ao Vivo no Coliseu».

No Natal desse ano, saiu «Como Se Fora Seu Filho», um testamento político. Colaboração de Júlio Pereira, Janita Salomé, Fausto e José Mário Branco. Alinhamento: «Papuça», «Utopia», «A Nau de António Faria», «Canção da Paciência», «O País Vai de Carrinho», «Canarinho», «Eu Dizia», «Canção do Medo», «Verdade e Mentira» e «Altos Altentes». Algumas das canções foram escritas para a peça «Fernão Mentes?» do grupo de teatro A Barraca. Foi também publicado o livro «Textos e Canções», com a chancela da Assírio e Alvim. Contra a sua vontade, foi publicado pelo Foto Sonoro um maxi-single, «Zeca em Coimbra», com um espectáculo dado por Zeca no Jardim da Sereia, na Lusa Atenas, a 27 de Maio.

Em 1985 foi editado o último álbum, «Galinhas do Mato». José Afonso já não consegue cantar todos os temas, sendo substituído por Luís Represas («Agora»), Helena Vieira («Tu Gitana»), Janita Salomé («Moda do Entrudo», «Tarkovsky» e «Alegria da Criação»), José Mário Branco («Década de Salomé», em dueto com Zeca), Né Ladeiras («Benditos») e Catarina e Marta Salomé («Galinhas do Mato»). Arranjos musicais de Júlio Pereira e Fausto. Outras canções do álbum: «Escandinávia Bar-Fuzeta» e «À Proa».

José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada em 1982.

A Transmédia editou o triplo álbum, o primeiro da história discográfica portuguesa, «Agora e Sempre», duas semanas depois da morte do cantor. O triplo disco é constituído pelos álbuns «Como Se Fora Seu Filho» (1983) e «Galinhas do Mato» (1985) e por um alinhamento diferente de «Ao Vivo no Coliseu» (1983).

Cf. AJA, acesso a 07 de novembro de 2018

Discografia

Álbuns

baladas E Canções Ofir 1964
Cantares Do Andarilho Orfeu 1968
Contos Velhos Rumos Novos Orfeu 1969
Traz Outro Amigo Também Orfeu 1970
cantigas Do Maio Orfeu 1971
Eu Vou Ser Como A Toupeira Orfeu 1972
Venham Mais Cinco Orfeu 1973
Coro Dos Tribunais Orfeu 1974
República 1975
A Luta Continua (Solidarität Mit Den Kooperativen Der Landarbeiter In Portugal) Verlag Arbeiterkampf 1976
Com As Minhas Tamanquinhas Orfeu 1976
Enquanto Há Força Orfeu 1978
Fura Fura Orfeu, Orfeu 1979
Fados De Coimbra E Outras Canções Orfeu 1981
Ao Vivo No Coliseu Diapasão 1983
Como Se Fora Seu Filho Triângulo, Triângulo 1983
Galinhas Do Mato Schiu! 1985
Ao Vivo Tradisom, Tradisom, Tradisom 2019

Singles & EPs

Contos Velhinhos / Incerteza ‎(10″) Melodia (4) 15.090 1953
Fado Das Águias ‎(10″) Melodia (4) 15.097 1953
José Afonso / Luís Góis – Fados de Coimbra Alvorada 1957
Balada Do Outono rapsódia 1960
Coimbra Alvorada 1960
baladas De Coimbra ‎(7″, EP) rapsódia EPF 5.182 1962
Em baladas De Coimbra rapsódia 1963
Cantares De José Afonso Columbia 1964
baladas ‎(7″, EP) Ofir AM 4.043 1964
baladas e Canções ‎(7″, EP) Ofir AMS 4.016 1964
baladas E Canções ‎(7″, EP) Ofir AM 4.017 1964
baladas ‎(7″, EP) Ofir AM 4.183 1969
Dr. José Afonso E Rui Pato – baladas De Coimbra ‎(7″, EP) rapsódia EPF 5.437 1969
Menina Dos Olhos Tristes ‎(7″, Single) Orfeu SAT 803 1969
Natal Dos Simples ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6356 1970
Resineiro Engraçado ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6357 1970
Chamaram-me Cigano ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6358 1970
No Vale De Fuenteovejuna Orfeu 1971
Canto Moço Orfeu 1971
Menina Dos Olhos Tristes ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6387 1971
S. Macaio ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6388 1971
Os Eunucos ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6433 1972
Coimbra ‎(7″, EP) Melodia (4) EP-85-5 1972
Grândola, Vila Morena Orfeu 1973
Maio Maduro Maio ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6487 1973
cantigas Do Maio ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6486 1973
Coro Dos Caídos EMI 1974
Ó Vila De Olhão EMI 1974
A Morte Saiu À Rua ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6587 1974
Venham Mais Cinco = ¡Choca Esos Cinco! ‎(7″, Single, Promo) Poplandia, CFE P-30584 1974
O Que Faz Falta ‎(7″, Single) Orfeu KSAT 526 1974
Coro Da Primavera ‎(7″, EP) Orfeu ATEP 6571 1974
Viva O Poder Popular LUAR 1975
Avante Camaradas Disco Serenata 1975
Grândola, Vila Morena / Cantar Alentejano ‎(7″, Single) Hispavox 45-1155 1975
Grândola, Vila Morena / Natal Dos Mendigos ‎(7″, Single) AMIGA 4 56 103 1975
Os Índios Da Meia-Praia ‎(7″, Single) Orfeu KSAT 586 1976
Grândola, Vila Morena ‎(7″, Single) Orfeu KSAT 680 1979
Zeca Em Coimbra Maio 83 ‎(12″, EP) Fotossonoro SPA-83 1983
Década de Salomé / Agora ‎(7″, Promo, TP) Transmedia none 1985
Luís Góis / José Afonso – Fados De Coimbra Alvorada
O Povo (2) / José Afonso – Internacional / Avante Camarada / Canta Camarada / Os Eunucos ‎(7″, EP) Orfeu 6601

Compilações

José Afonso / Luis Gois – Coimbra, Alvorada 1968
Carlos Paredes / José Afonso / Luiz Goes – Carlos Paredes, Jose Afonso, Luiz Goes Columbia 1973
José Afonso / Adriano Correia De Oliveira / Padre Fanhais – José Afonso / Adriano Correia De Oliveira / Padre Fanhais Orfeu 1973
José Afonso, Barros Madeira, Jorge tuna, Jorge Godinho, Durval Moreirinhas, Casimiro Ferreira – Coimbra Serenade rapsódia 1976
Grândola Lieder Aus Portugal ‎(LP, Comp) AMIGA 8 55 507 1976
baladas E Fados De Coimbra Edisco 1981
José Afonso Orfeu, RT 1983
Agora E Sempre Schiu!, Transmedia 1987
Grândola, Vila Morena & Com As Minhas Tamanquinhas Westpark Music 1993
De Capa E Batina Movieplay 1996
José Afonso / António Bernardino / Luís Marinho / António Brojo – Fado de Coimbra EMI 1999
Edmundo De Bettencourt / Artur Paredes / José Afonso / João Bagão – Fado de Coimbra ‎(CD, Comp) EMI 724352064021 1999
As Últimas Gravações 1983-85 ‎(4xCD, Comp, Ltd, Boo) CNM CNM 176 CD 2007
José Afonso, José Mário Branco, Amélia Muge, João Afonso – Canto & Autores 8 – Homenagem a Zeca Afonso ‎(CD, Comp, RE, RM) Levoir canto & autores 08 2014

Vídeos

Maior Que O Pensamento – Uma História De Resistência ‎(DVD) Levoir, Vídeos RTP 768/2015 2015

Fonte: Discogs

José Afonso

Partilhe
Share on facebook
Facebook