Fernando Lapa
Fernando Lapa é um compositor português nascido em Vila Real em 1950.
Premiado em concursos de composição, tem mantido uma intensa actividade nesta área, expressa em mais de uma centena de obras, abrangendo praticamente todos os géneros: para formações de câmara ou instrumento solo, corais, sinfónicas, electroacústicas e outras.
Compôs diversas bandas sonoras para o cinema e o teatro, nomeadamente para a longa metragem Ma’sin, de Saguenail (filme vencedor do Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz); ou para as peças de teatro Partir a meio-dia, de Paul Claudel, Tartufo, de Molière e O arquitecto e o imperador da Assíria, de Arrabal (para a Companhia de Teatro de Braga); Alice, de Lewis Carrol (para o Teatro de Marionetas do Porto); Antígona, de Sófocles e Paixões, de António Lobo Antunes (para o Seiva Trupe do Porto); ou Poker na Jamaica, de Evelyn Pieller (estreada no CCB em Lisboa).
De entre as obras estreadas desde 2001, destacam-se: Tenebrae para octeto vocal e órgão; Imagens a preto e branco, pela Orquestra Nacional do Porto, num concerto dedicado a compositores portuenses; Canções de negro e de sal para barítono e orquestra (encomenda do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim); Magnificat, para Coro e órgão, pelo Tallis Chamber Choir, num concerto integrado na programação do Porto 2001 Capital Europeia da Cultura.
É o principal autor da ópera A demolição – a história que ides ver, encomendada pelo Serviço Educativo da Casa da Música e apresentada em Fevereiro de 2002, tendo estreado em Katowice (Polónia) o Concerto para flauta, piano e orquestra de cordas. Mais recentemente foram estreadas: Say beautiful, para sexteto de percussão, pelo “Drumming”, no Teatro Viriato, em Viseu; oito poemas breves de valter hugo mãe, pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, no Auditório de Serralves, no Porto; ou ainda Seis bagatelas sobre poemas de Alexandre O’Neill, para Coro e piano, no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga; Três cantos para uma memória, para piano solo, no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim; Storyboard para piano a 4 mãos, no Forte de S. Francisco, em Chaves; o Concerto para Guitarra Portuguesa e Orquestra, encomenda de Coimbra 2003 Capital Nacional da Cultura, no Teatro Académico Gil Vicente; Enfim, só!!!, para saxofone e quinteto de cordas, encomenda do Festival de Música de Caldas da Rainha, 2004; Nem tudo ou nada, para clarinete e piano, no Festival Península de Músicas, no Auditório Eunice Muñoz, em Oeiras, 2004, entre outras.
Algumas das suas obras têm sido repetidamente interpretadas, tanto em Portugal como no estrangeiro (Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Polónia, Hungria, Finlândia, Egipto, México e EUA), nomeadamente Ostinato, muitas vezes apresentada por várias orquestras portuguesas.
Diversas obras se encontram com regularidade no repertório dos mais variados intérpretes e formações, nomeadamente: Variações sobre o Coro da Primavera, para piano; Itinerários para duas guitarras; Plural II para flauta e piano; o Quinteto de sopro Cinco esboços em azul ultramar; As cinco portas do labirinto, para contrabaixo e piano; o quinteto In nomine; a canção O céu, a terra, o vento sossegado, para canto e piano; Angelus, para flauta solo; Plural III, para clarinete e piano; Quasi ostinato, para Coro e piano; diversas obras corais a capella ou com acompanhamento instrumental; para além de inúmeras harmonizações de canções populares e dos mais diversos arranjos para Coro ou formações instrumentais.
A RDP e a RTP gravaram e transmitiram diversos concertos em que figuravam obras suas, sendo de destacar a transmissão para muitos países europeus, via UER., de Cantares de Natal, em Dezembro de 1997. Está também representado em várias gravações em CD, tendo gravado em 2003 Canções de negro e de sal, para barítono e orquestra; Variações sobre o Coro da Primavera para piano solo; e Um Natal Português para Coro e orquestra (grande obra coral sinfónica escrita em parceria com os compositores portuenses Carlos Azevedo, Fernando Valente e Eugénio Amorim).
Tem partituras editadas em Portugal e na Alemanha.
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Discografia
Álbuns
Cage, Lapa, Linz, Messiaen, Pärt, Reich – Die Verlangsamte Zeit (CD, Álbum) Laska Records 2003
Luís Duarte, Lígia Madeira, Fernando Lopes-Graça, Sérgio Azevedo, José Viana da Mota, Fernando Lapa, António Victorino d’Almeida – Portuguese Music For Piano Duo (CD, Álbum) Brilliant Classics 96095 2021
Canções do outro lado da rua | Fernando C. Lapa | OPGB Integral para orquestra de guitarras e bandolins
Canções do outro lado da rua
A Pleiades Editions, selo editorial da Associação Cultural de Plectro, lançou em junho de 2022 o novo disco da Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins: Canções do outro lado da rua, que contém a integral das obras para orquestra de guitarras e bandolins do compositor Fernando C. Lapa (Vila Real, 1950), inteiramente dedicadas e estreadas pela Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (OPGB).
Um disco onde se pode usufruir não apenas da versatilidade interpretativa da OPGB, da sua sonoridade tão peculiar quanto surpreendente, bem como da vitalidade da escrita contemporânea para este género de formação. Entre texturas mais tradicionais (Folias e Polifonias), de escrita mais programática (Canções do outro lado da rua) ou mais abstrata (Brisas e Neblinas) este disco pretende igualmente mostrar a atual qualidade da OPGB.
Neste CD “se reúnem três obras diferentes, que compus nos últimos anos para uma singularíssima e maravilhosa formação – a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (OPGB). Elas resultam de pedidos e encomendas da orquestra e ilustram três faces bastante distintas do meu ofício de compôr: melodias de canções que escrevi para momentos muito diferentes; tratamentos orquestrais de melodias populares, num prazer reiterado de uma viagem pela musica das nossas raízes; e até a experiência mais aberta e plural de registos, texturas e sonoridades, numa construção que retrata o meu fascínio pela sonoridade única de todos estes instrumentos.”
Fernando C. Lapa, Compositor
“A ideia de a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins (OPGB) gravar um disco só com autores portugueses era algo que ambicionava desde a fundação. A grande conquista, que foi a profissionalização da OPGB, permitiu tornar as encomendas bastante regulares. Da minha admiração pela música do Professor Fernando Lapa, fruto essencialmente da experiência em grupos corais, surgiu a encomenda de Canções do outro lado da Rua para estreia no Centenário do Conservatório de Música do Porto. A empatia da OPGB com esta peça levou a que o Professor Fernando Lapa, com a sua habitual simpatia e generosidade, continuasse a acudir aos meus pedidos, que agora se materializam neste disco. Obrigado, Professor Fernando C. Lapa!”
António de Sousa Vieira, Diretor Artístico