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Ana Faria, cantora, 1949-2024
Ana Faria

Testemunhos

“Viveu com amor pela música, também pela pintura e recusou sempre a luz dos holofotes , inevitável consequência de tantos projectos em que se empenhou.” (Júlio Isidro)

“Desapareceu hoje uma das minhas maiores referências musicais. Não era nenhuma diva da ópera internacional, ou uma compositora à escala musical. Era a Ana Faria, criadora de um dos projectos mais incríveis, “Brincando aos Clássicos”. Graças a ela, centenas de crianças, como eu, conectaram-se na primeira pessoa com a música clássica, pela necessidade e curiosidade de ir conhecer as obras originais que estavam por trás das músicas dos nossos nomes (e dos nomes dos nossos amigos). A minha vida não teria sido a mesma sem a presença dela. Mais tarde, os Onda Choc trouxeram outra conexão, mais jovem, mais ligeira, sempre musical.” (Sofia de Castro)

“Não tenho nenhuma dúvida de que os discos “Brincando aos Clássicos”, de 1982 e 1983, foram importantíssimos para a educação do gosto de tantas e tantas crianças de então (nas quais me incluo, com os meus 5 anos e 6 anos), e essa é uma dívida de gratidão que fica para a vida…” (João Carlos Callixto)

“Dos Onda Choc aos Queijinhos Frescos, os projetos de Ana Faria marcaram toda uma geração!” (Rádio Comercial)

Mais conhecida por Ana Faria, Anabela de Faria Lucas dos Santos Gomes (Nova Lisboa, Angola, 18 de outubro de 1949 – Lisboa, 17 de agosto de 2024), foi uma cantora e pintora portuguesa.

Tornou-se um nome de referência na música infanto-juvenil portuguesa quando, após actuar no programa Zip-Zip da RTP, em 1969, lançou alguns singles, e, mais tarde, em meados de 1982, decidiu gravar um álbum a solo (amadurecido pelas suas anteriores experiências na música integrada no grupo de Música tradicional Terra a Terra e com a gravação do seu próprio disco de estreia intitulado “Violeta Flor”), feito de adaptações das sinfonias clássicas de compositores famosos como Beethoven, Mozart, Chopin, Verdi, entre outros. Esse LP, intitulado “Brincando aos Clássicos” encontrava-se preenchido pelo repertório com letras da sua autoria. No disco participaram os músicos António Chainho na guitarra, Zé da Ponte no baixo, António Serafim no oboé, Adácio Pestana na trompa, Pedro Teixeira na flauta, a própria Ana Faria na percussão, João Jorge na gaita de foles e Katherine Ann Bird na harpa. A produção ficou a cargo do marido da artista, Heduíno Gomes. Entre as participações especiais do Coro de crianças, contava ainda com a presença dos três filhos João, Nuno e Pedro Faria Gomes (que, mais tarde, se tornariam célebres com o nome de Queijinhos Frescos). Pedro Faria Gomes é um conceituado compositor.

O disco foi um grande sucesso e no ano seguinte, 1983, os músicos regressaram aos estúdios da Rádio Triunfo (cujo acervo foi adquirido, posteriormente, pela editora discográfica Movieplay Portuguesa) para gravar um novo LP, editado, então, pela CBS Portugal (actual Sony Music Entertainment Portugal), intitulado “Brincando aos Clássicos 2”.

Passados alguns anos, Ana Faria decidiu enveredar pelo desenvolvimento de novos projectos e optou por fazer nascer alguns grupos de cantores juvenis. Heduíno Gomes manteve-se na produção e, gradualmente, o casal transformou-se numa dupla imparável: Ela tratava dos ensaios, ele resolvia toda a parte executiva. Formaram o grupo Jovens Cantores de Lisboa, seguindo-se os Onda Choc (um verdadeiro êxito, com mais de um milhão de discos vendidos) e as Popeline. Entre os arranjos e as adaptações musicais, as letras da autoria da própria artista foram sempre uma constante.

Ana Faria regressou a estúdio para participar nas gravações do CD “Feliz Natal” dos Jovens Cantores de Lisboa, e lançou dois trabalhos discográficos dos seus Queijinhos Frescos.

Ana Faria retirou-se da vida pública para se dedicar à pintura e aos retratos, algo a que se dedicava ainda antes da música.

Em finais de 1999, com a extinção da sala de ensaios dos grupos, todos os projectos perderam a sua continuidade. Em Outubro de 2004, na sequência de recuperar os grupos fundados pela artista, Heduíno Gomes reactivou os Jovens Cantores de Lisboa e os Onda Choc (recorrendo a alguns dos antigos membros e ainda a novos elementos). Editaram um novo disco.

Ana Faria editou vários livros para crianças, entre os quais “Sapatilhas de Cetim”, “Histórias em versos com Música e Dança”, “Queridos Livros” e “Um livro sobre a minha mãe”, cujos textos e ilustrações são da sua autoria. Em Maio de 2009 lançou o livro “Tempo Breve”, e em Abril de 2012 foi editado o livro “Tradição de Família”.

Citações

“Não me assusta a fama, mas não gosto de ser o centro de tantas atenções. Lido mal com tanta exposição.”

“Trauteava músicas eruditas com letras minhas em português e isso despertou a atenção dos meus filhos e dos seus amigos. Todos queriam ouvir-me cantar. Depois, dava-lhes a ouvir o original”

Discografia

Álbuns a solo

Ano Nome Editora Formato
1982 Violeta Flor Rádio Triunfo Disco de vinil
1982 Brincando aos Clássicos Rádio Triunfo Disco de vinil / CD / K7
1983 Brincando aos Clássicos – Vol.2 CBS (Portugal) Disco de vinil / CD
1984 Se eu soubesse que voando CBS (Portugal) Disco de vinil
1986 Um pedaço de céu CBS (Portugal) Disco de vinil
1986 A Festa vai começar CBS (Portugal) Disco de vinil
1989 Brisa do Sul CBS (Portugal) Disco de vinil / CD
1998 O Melhor de Brincando aos Clássicos Sony Music Disco de vinil / CD
Ana Faria e Queijinhos Frescos
Ano Nome Editora Formato
1984 Ana Faria e os Queijinhos Frescos CBS (Portugal) Disco de vinil
1985 Batem Corações CBS (Portugal) Disco de vinil
1986 O Melhor dos Queijinhos Frescos CBS (Portugal) Disco de vinil
Ana Faria e Terra a Terra
Ano Nome Editora Formato
1980 Dançando Pulirando Polydor Records / Universal Music Disco de vinil / CD
1981 Pelo Toque da Viola Rádio Triunfo / Movieplay Disco de vinil / CD

Bibliografia

1985 – Aventuras dos Queijinhos Frescos
2005 – Sapatilhas de Cetim (Livros Horizonte)
2006 – Histórias em Versos com Música e Dança (Livros Horizonte)
2007 – Queridos Livros (Livros Horizonte) – reedição em 2011
2008 – Um livro sobre a minha mãe (Livros Horizonte)
2009 – O Tempo Breve (Livros Horizonte)
2012 – Tradição de Família (Imagine Words)

Fontes: Wikipédia, Meloteca

Ana Faria, Se eu soubesse que… Voando

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Pedro Filipe Cunha, Música em Grande… nos Pequenos! (2006)
Pedro Filipe Cunha

Discografia

Fá, Lá, Si (2003)

Pedro Filipe Cunha, Fá, Lá, Si (2003)

Fá, Lá, Si nasce de um Conjunto de canções temáticas compostas, produzidas e gravadas para as festas de uma escola. Encontramos, nelas, o Dia de S. Martinho, o Natal, o Dia do Pai e e da Mãe e momentos de despedida. Um álbum, que, pela sua riqueza musical, espoletou a criação de outras obras originais para crianças.

Música em Grande… nos Pequenos! (2006)

Pedro Filipe Cunha, Música em Grande …nos Pequenos

Música em Grande… Nos Pequenos! abre o espectro etário dos destinatários. São compostas canções e instrumentais especialmente dedicados às crianças mais pequenas do universo da educação de infância. Abre-se, também, o pano da expressão corporal associada à música, há muito reclamada na comunidade científica de educação musical. São introduzidas partituras para cada obra.

Sim Som (2014)

Pedro Filipe Cunha, Sim Som

O projeto Sim Som continua a oferecer novas canções temáticas, novos temas com expressão corporal associada à música e novas partituras associadas. Mas consegue, ainda, introduzir um conteúdo relevante na performance musical: temas originais que convidam os alunos aos ostinatos e improvisação no instrumental Orff.

Voz, Corpo, Há Som (2022) (audiolivro)

Pedro Filipe Cunha, Voz, Corpo, Há Som

Voz, Corpo, Há Som nasce de uma vontade imensa de um encontro com a música, de dar a conhecer a magia da forte relação entre sons, corpo e poesia na infância. Um projeto que acolhe e acompanha educadores, professores, pais, cuidadores e… as crianças, sobretudo as crianças, no prazer em levar a música à expressão. A alegria de cantar, mover, dançar, interagir, crescer juntos. A interpretação de canções e temas instrumentais nasce com um forte convite à expressão corporal. Tempo para experimentar e descobrir, para despertar o imaginário, a capacidade de criar, gozar, fruir cada momento, como ser único ou em pequeno e grande grupo.

Este livro presta um contributo à voz e ao corpo, enquanto intérpretes ativos da música e da dança. Não de mãos dadas, mas de corpo dado.

Biografia

Pedro Filipe Cunha é natural do Porto (n.1971). Completou a licenciatura em Produção e Tecnologias da Música na ESMAE-IPP, o mestrado em Estudos da Criança – especialização em Educação Musical na Universidade do Minho e o doutoramento em Ciências da Educação na Universidade do Porto.

Brinca à música com crianças a partir da Educação Pré-escolar. Tem realizado uma intensa carreira nacional como divulgador de uma pedagogia musical ativa, apaixonante e significante.

É também docente do ensino superior, sendo convidado regularmente por diversos centros de formação de professores a orientar ações de formação e partilhar as suas práticas pedagógicas.

Tem composto diversas obras para crianças, a maior parte gravada e editada. Destaca-se “Fá, Lá, Si” (2003), “Música em Grande… Nos Pequenos!” (2006) e “Sim Som” (2014).

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