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Wanda Stuart, cantora
Wanda Stuart

Wanda Stuart, nome artístico de Vanda Susana Ângelo Pereira (Lisboa, 6 de Janeiro de 1968), é uma cantora, actriz, apresentadora e produtora portuguesa.

Filha de mãe cabo-verdiana e pai português, nasceu nos Olivais. Desde cedo sempre mostrou aptidão para o espetáculo. O pai, militar de profissão, não via com bons olhos a sua inserção no meio artístico muito devido à grande diferença de idades que os separava, 50 anos. Ao mesmo tempo que tirava o ensino secundário, fez audições para o Instituto Gregoriano de Lisboa e trabalhou para pagar as próprias aulas, cantando em bares, hotéis e casinos de música ao vivo. Do repertório escolhido faziam parte músicas de cantores como Rita Coolidge, Queen e Carmen Miranda.

Teve as suas próprias bandas: uma de rock, outra de country e uma de Música Popular portuguesa.

A sua grande estreia aconteceu numa Festa do Avante depois de ter conhecer Nuno Gomes dos Santos, jornalista e militante do partido comunista.

Mais tarde foi convidada por Júlio Isidro, que assistiu a uma das suas muitas atuações ao vivo, para cantar no seu programa “Lugar ao Sol” gravado para a RTP1, onde interpretou um tema original de João Cruz, sendo elogiada por um júri composto por Marco Paulo, São José Lapa e Carlos Guilherme.

Começou por cantar em bares de música ao vivo e teve aulas de canto no Instituto Gregoriano de Lisboa. Em 1992 ingressou na Companhia de Teatro de Filipe La Féria. Fez parte do elenco do programa “Grande Noite” da RTP1. Foi uma das protagonistas de “Maldita Cocaína” e “Cabaret”. Participou na revista “De Afonso a Henriques a Mário Soares”. Em 1996 pintou o cabelo de azul, que acabou por se tornar a sua imagem de marca.

Apresentou várias galas “Noite dos Travestis”, a convite do cronista Carlos Castro e da Associação Abraço.

Em 1999, a convite do realizador Wolf Maya parte pela primeira vez para o Brasil onde, durante 3 meses, participou no espetáculo “Fênix & Stuart”.

Em 2003 participou no programa “Academia de Famosos” da TVI, chegou à final alcançando o 4º lugar. Tornou-se conhecida de grande parte do público, já com cerca de 20 anos de carreira.

É primeira figura, juntamente com Henrique Feist do espetáculo “Grandes Mestres do Musical Americano” de João Pereira Bastos.

Lançou o álbum Animais Nocturnos, seu primeiro trabalho de originais. O espetáculo homónimo estreou no Casino Estoril e percorreu diversas salas do país.

Em 2007, protagonizou o musical Música no Coração de Filipe La Féria.

Foi cabeça de cartaz no Teatro Politeama em Lisboa e no Teatro Rivoli no Porto, com o papel de Édith Piaf no espectáculo “Piaf” de Filipe La Féria também.

Em 2011, participou no Festival RTP da Canção com a música “Chegar à Tua Voz”, conquistando o 4º lugar.

É também produtora dos seus próprios espetáculos dos quais se destacam “Wanda Sonora, Banda Stuart”, “Animais Nocturnos” e “Wanda Stuart, Canta Piaf”.

Já com 30 anos de carreira, e depois de uma temporada no Brasil, repõe o espetáculo “Wanda Stuart Canta Piaf”.

Em 2013, sagrou-se a vencedora da 3ª Edição do talent-show A Tua Cara não Me É Estranha (3ª edição) da TVI.

É fundadora e professora numa escola de musicais para crianças e jovens, os “Kids on Broadway”, onde leciona.

Cantora residente, juntamente com Rui Andrade e Telmo Miranda, na rubrica Mini-Concerto do programa matinal Você na TV! da TVI.

Discografia

Álbuns

Animais Nocturnos ‎(CD, Álbum) Vidisco 11.8018181 2003

Singles & EPs

O Teu Cheiro ‎(CD, Single, Promo) Vidisco 11.08.8181 2003

Paco Bandeira, cantautor português
Paco Bandeira

Francisco Bandeiras, conhecido por Paco Bandeira, aprendeu a tocar guitarra com a ajuda de um tio e aos 14 anos tornou-se guitarrista e vocalista do grupo Cuban Boys, com o qual deu vários concertos em Portugal e Espanha.

Durante cinco anos, foi locutor da estação regional Extremadura-Badajoz da rádio espanhola S.E.R. Acabou por se tornar conhecido por Paco devido à ascendência espanhola da sua família e pela sua actividade inicial em Espanha, onde os Franciscos são chamados de Pacos, Panchos ou Curros. Assim, por hábito, os seus colegas da rádio começaram a chamá-lo Paco. Tiraram-lhe também o ‘S’ do apelido Bandeiras, porque em Espanha também é natural singularizar o nome das pessoas, dando-lhes mais importância. Veio portanto a ficar conhecido por Paco Bandeira, nome que acabou por adoptar definitivamente.

Durante bastante tempo viveu na Alemanha e em Espanha onde fez parte do elenco artístico de um paquete de luxo que efectuava cruzeiros por todo o mundo, o qual foi interditado por um número anormalmente elevado de quedas ao mar de passageiros e em especial membros da equipe técnica de som. Actuou na RTP, ZDF (Alemanha), BBC (Inglaterra) e televisão francesa.

Cantava na tropa (esteve em Angola durante três anos) e chegou a gravar, em 1966, um disco no Porto pela editora rapsódia.

Após o serviço militar, ao regressar a Portugal, começou a compor os seus próprios temas, e só então passou a cantar em português, a partir de 1972, como solista, pela mão de Hermínia Silva, no Solar daquela artista, no qual Paco tinha começado por trabalhar quando se mudou para Lisboa.

O primeiro dos seus sucessos foi “A Minha Cidade” (mais conhecida por “Ó Elvas, Ó Elvas”), seguindo-se outros tantos êxitos, tais como “É Por Isso Que Eu Vivo”, “chula da livração” ou “Ceifeira Bonita”. Em consequência destes êxitos, iniciou uma intensa carreira internacional junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, actuando em palcos e televisões de Espanha, Itália, E.U.A., Austrália ou Canadá.

Em 1980, editou o álbum “Malhas, Malhões e Outras Canções”, com arranjos de Pedro Osório, cujo repertório foi registado também num programa para a RTP, intitulado “A Vez e a Voz”. O disco, com temas como “Tempo de Valsa” ou “Flor da Esperança”, foi gravado em Madrid nos estúdios Eurosonic. No disco participa o músico e produtor Johnny Galvão.

No Natal de 1987, Paco Bandeira editou o seu vigésimo disco LP, intitulado “Com Sequências”, com letras de Pedro Bandeira Freire.

Bandeira foi também membro e tesoureiro da UPAV (União Portuguesa de Artistas de Variedades). Em 1991, apresentou-se no Teatro Rivoli, no Porto, para um espectáculo onde o Conjunto de António Mafra foi o convidado especial. Na mesma altura, Paco era reconhecido como “um cantor que soube acompanhar o seu público”, registando mais alguns temas de sucesso como “O Sol do Mendigo”, “Minha Quinta Sinfonia”, ou “A Ternura dos Quarenta”.

Na sua carreira, conta com participações em programas de televisão no Brasil, Turquia, Bulgária ou Israel, algumas das vezes com difusão pelas redes da Eurovisão, da OTI e da Intervisão.

Em 1992, apresentou em Lisboa, no Teatro Municipal de São Luís, o seu disco “Aqui Para Nós”.

Em 1994, editou o seu vigésimo quinto álbum intitulado “cantigas Entrelaçadas”, na mesma altura que preparava um programa para a RTP intitulado “Cantares de Amigo”, exibido um ano depois. Ainda em 1995 compôs a banda sonora da telenovela “Roseira Brava”, e uma série de programas para a Rádio Comercial intitulados “Cantos da Casa”. Em 1996 compôs as bandas sonoras das telenovelas “Primeiro Amor” e “Vidas de Sal; em 1997 as telenovelas “Filhos do Vento” e “A Grande Aposta”; em 1998 a telenovela “Os Lobos” e em 2000 “Ajuste de Contas”.

Em 2006 lançou uma antologia de alguns dos seus maiores sucessos, num duplo álbum intitulado “Paco Bandeira: Uma vida de canções”, que se tornou um sucesso de vendas.

Em 2007 editou o álbum “Canto do espelho”, com dez temas originais, cinco dos quais contam com os coros a cargo do Coral Harmonia de Santiago do Cacém.

A 17 de novembro de 2007 o cantor realizou um concerto no Coliseu de Elvas, que considerou um ponto final na sua carreira musical.

Discografia

Álbuns

À Procura de Amigos Teal Discos, LDA. 1973
Vamos Cantar de Pé 1973
Todavia Eu Sou Pastor Decca 1974
O Alentejo Quer Um Homem Que Saiba Mandar ‎(LP, Álbum) DECCA SLPDR 4004 1975
Cara Ou Coroa ‎(LP, Álbum) Decca SLPDX 540 1976
Canto No Tempo Presente ‎(LP, Álbum) Decca SLPDX 547 1977
Os Ferrinhos, O adufe E A Guitarra Decca 1978
Amigos, Amigos… Imavox, Imavox 1979
Malhas Malhões E Outras Canções ‎(LP, Album, Gat) Imavox IM-30.112 1980
Com Olhos De Ver ‎(LP, Álbum) Imavox IM-30119 1981
Vidas ‎(LP, Album) Dacapo APO 30.002 1982
Semibreves Dacapo 1983
Meridional ‎(LP, Álbum) Dacapo 14.230007.35 1984
Em Lisboa ‎(LP) Profissom 1985
Entre O Ceu E O Inferno ‎(LP, Álbum, Gat) Dacapo 14.230011.50 1985
Bolero ‎(LP) Dacapo 14.230016.60 1986
Com Sequências Discossete 1987
Aqui Para Nós ‎(CD, Álbum) Profissom 0192 1992
cantigas Entre(Laçadas) ‎(CD, Álbum) PE 51 015 1994
Promotional 008 ‎(CD, Álbum, Promo) Movieplay 008 1994
Dedicatórias ‎(CD, Álbum) Profissom 2000
Passageiro De Canções ‎(CD, Álbum) Profissom 2000
A Côr da Amizade ‎(CD, Álbum) Espacial 3200675 2004
Canto do Espelho ‎(CD, Álbum) Farol FAR 71717 2007
Tudo No Mundo É Caminho ‎(CD, Álbum) Arte na Planície 2011 2011

Singles & EPs

Canção Ao Porto Rapsódia 1967
Vem, Vem, Vem / Ceifeira Bonita Decca 1971
Poema Para Um Pescador Decca 1971
Sigo Cantando Decca 1971
Canto Por Ti Decca 1972
Vamos Cantar de Pé Decca 1972
Vim De Longe ‎(7″, Single) Lisboa Discos MLS 805 1972
Sigo Cantando ‎(7″, Single) Lisboa Discos MLS 800 1972
Vim De Longe ‎(7″, EP) Decca SPEP 1408 1972
Canto Por Ti / Vim De Longe ‎(7″, Single) Decca SPN195 G 1972
Poema De Mim ( Do II Festival Ibero-Americano) 1973
Nasci No Campo / A Minha Cidade Decca 1971
É Por Isso Que Eu Vivo Decca 1973
À Procura De Amigos / Acontecer ‎(7″, Single) Decca SPN 149 D 1973
Poema De Mim ‎(7″, EP) Decca SPEP 1466 1973
Por Aí Não Vou ‎(7″, Single) Decca SPN 146 D 1973
Se Alguém Quiser Saber ‎(7″, Single) Decca SPN 150 D 1973
Além Tejo / Se Alguém Quiser Saber ‎(7″, Single, TP) 1973
Deixem-me Remar Em Paz / Pepe Garcia Moreno ‎(7″) Decca SPN 148 D 1973
Não Deixarei De Te Amar ‎(7″, Single) Decca SPN 147 D 1973
O Sol Do Mendigo ‎(7″, EP) Decca SPEP 1447 1974
D. Rico Diz Que Tem ‎(7″, Single) Decca SPN 165 G 1974
Todavia Sou Pastor ‎(7″, Single) Decca SPN 183 G 1974
Sem Algemas Nem Prisões / A Paz Que Eu Aprendi ‎(7″) Decca SPN 175 G 1974
Évora-cidade…. ‎(7″, Single) Decca SPN 164G 1974
Os Lobos Acordam Cedo ‎(7″, EP) Decca SPEP 1448 1974
João Saramago / Fiz Um Contrato Com O Vento ‎(7″, Single) Decca SPN 197 G 1975
O Alentejo Quer Um Homem Que Saiba Mandar ‎(7″, Single) Decca SPN 198 G 1975
Batalha-Povo (European Song Contest 1975 ) ‎(7″, Single) Decca SPN 184 G 1975
A Caminho De Viseu ‎(7″, Single) Decca SPN 196 G 1975
A Cigana E O Pastor / Eixo, Eixo, Ribaldeixo ‎(7″, Single) Decca SPN 190G 1975
Em Guarda Pela Revolução ‎(7″, Single) Decca SPN 189 G 1975
Férias ‎(7″, Single) Decca SPN 203 G 1977
Soldado Conhecido ‎(7″, Single) Decca SPN 208 G 1978
Sou De Um País Que Se Levanta Ao Sol ‎(7″, Single) Decca SPN207 1978
chula Da Livração ‎(7″) Decca SPN 217 F 1978
vira Da Amizade ‎(7″, Single) Imavox IM-10.205 1979
As Voltas Do malhão ‎(7″, Single, Promo) Imavox IM-10.215 1979
Canção De Mais Amor ‎(7″, Single) Imavox IM-10224 1981
Minha Quinta Sinfonia ‎(7″, Single) Profissom 0000 1982
Lisboa Vai, Lisboa Vem / Cantas Bem Mas Não Me Alegras ‎(7″, Single) Profissom PB 03 1982
Ternura Dos Quarenta / Dentro Do Meu Barco ‎(7″, Single, Promo) Dacapo SPO 15.010 1983
Joe Da Silva / Semibreves ‎(7″, Single, Promo) Dacapo SPO 15.009 1983
Que Coisa É Esta Vida ‎(7″, Single) Dacapo 14.115013.11 1984
A Ternura Dos Quarenta ‎(7″, Single, RE) Dacapo 14.115022.12 1984
De Amar Nunca Me Deixes ‎(7″, Single) Discossete DSG-566 1988
Share Ou Não Share… Eis A Questão! ‎(CD, EP) Profissom 2010 2010
Ni Negro Ni Blanco ‎(7″, Single) Decca SPN 136
Vim de Longe ‎(7″, Single) Decca SPN 135
É Por Isso Que Eu Vivo ‎(7″, Single, TP)

Fonte: Discogs

Paco Bandeira, Com olhos de ver

Madredeus, Capricho sentimental, 2015.
Madredeus

Os Madredeus são um dos grupos musicais portugueses de maior projecção mundial. A sua música combina influências da Música Popular portuguesa e do Fado, com a Música Erudita e com a Música Popular contemporânea.

Nos seus vinte anos de carreira, os Madredeus lançaram 14 álbuns e estiveram em digressão em 41 países — incluindo a Coreia do Norte e um festival de música na Noruega, dentro do Círculo Polar Árctico, vendendo mais de três milhões de cópias.

Os elementos fundadores do grupo foram: Pedro Ayres Magalhães (guitarra clássica), Rodrigo Leão (teclados), Francisco Ribeiro (violoncelo) falecido em 2010, Gabriel Gomes (acordeão) e Teresa Salgueiro (voz). Magalhães e Leão formaram o grupo em 1985, Ribeiro e Gomes juntaram-se a eles em 1986.

Na sua busca por uma vocalista, descobriram Teresa Salgueiro numa casa nocturna de Lisboa, quando esta cantava alguns fados numa reunião informal de amigos. Teresa foi convidada para uma audição e aí surgia o grupo, o qual ainda não tinha um nome. A proposta inicial era a de uma oficina criativa, à qual todos os músicos levavam suas ideias e compunham em Conjunto os temas e arranjos.

Em 1987, o local de trabalho do grupo, o Teatro Ibérico (antiga igreja do Convento das Xabregas, num bairro de Lisboa chamado Madredeus) serviu de estúdio de gravação para mais de quinze temas reunidos à época em um LP duplo, depois convertido para o formato de CD. Chamaram-no de Os Dias da MadreDeus e daí viria o nome do grupo. O carácter inovador do álbum fez com que os Madredeus se tornasse um fenómeno instantâneo de popularidade em Portugal à época.

Discografia

Álbuns de estúdio

Os Dias da MadreDeus (1987)
Existir (1990)
O Espírito da Paz (1994)
Ainda (1995, banda sonora do filme Lisbon Story de Wim Wenders)
O Paraíso (1997)
Movimento (2001)
Um Amor Infinito (2004)
Faluas do Tejo (2005)
Essência (2012)
Capricho Sentimental (2015)
Madredeus e A Banda Cósmica
Metafonia (2008)
A Nova Aurora (2009)
Castelos na Areia (2010)

Ao vivo

Lisboa (1992, ao vivo, gravado no Coliseu dos Recreios em Lisboa)
O Porto (1998, ao vivo, gravado no Coliseu do Porto)
Euforia (2002, ao vivo, com a participação da Flemish Radio Orchestra)

Compilações

Antologia (2000, colectânea com duas canções inéditas)
Palavras Cantadas (2001, colectânea direccionada ao público brasileiro e abrangendo o trabalho do grupo entre os anos de 1990 e 2000)

Remisturas

Electronico (2002) – releitura electrónica de vários temas do grupo

Colaborações

Filhos da Madrugada – Tema: “Maio Maduro Maio” (1994)

Videografia

Les Açores de Madredeus (1995) – documentário francês sobre o Madredeus filmado nos Açores, em VHS e DVD
Lisbon Story (1995) (Viagem a Lisboa, Portugal; O Céu de Lisboa, Brasil) – filme escrito e dirigido por Wim Wenders, em VHS e DVD
O Espírito da Paz (1998) – VHS, re-editado em DVD em 2012
O Porto (1998) – concerto ao vivo no Coliseu do Porto, em VHS. Re-editado em DVD em 2012
Euforia (2002) – concerto ao vivo do Madredeus com a Flemish Radio Orchestra, em DVD
Mar (2006) – registo da apresentação do Madredeus e do Lisboa Ballet Contemporâneo, em DVD
Metafonia – Ao Vivo no Teatro Ibérico (2009)

Fonte: Wikipédia

Madredeus, Capricho sentimental, 2015.

Madredeus, Existir

Luís Represas
Luís Represas

Luís Represas foi desde cedo muito interessado pela música, tendo comprado aos 13 anos a primeira guitarra.

Em 1976 fundou os Trovante, com João Gil, João Nuno Represas, Manuel Faria e Artur Costa. A banda foi um grupo referência da Música Popular portuguesa do pós 25 de Abril e no qual se manteve como cantor até ao seu desmembramento. Em 1992, os Trovante separam-se e Luís Represas iniciou a sua carreira a solo.

Luís Represas refugiou-se em Havana, de forma a ganhar distância em relação ao seu passado e ao mesmo tempo viver novas experiências musicais, conquistando o seu espaço para compor músicas, com a colaboração do baixista português Nani Teixeira e dos cubanos Pablo Milanés e Miguel Nuñez. Assim nasceu o álbum Represas, totalmente gravado em Português e Castelhano, a fim de levar mais longe e a mais gente as suas canções através destas duas edições. Depois de se apresentar ao vivo em todo o país, Represas encheu por duas noites a sala mais popular de Lisboa, o Coliseu dos Recreios, concerto transmitido pela RTP.

Em 1995 iniciou a composição do seu segundo disco Cumplicidades, gravado em Lisboa, que conta com a colaboração do prestigiado pianista de Jazz português, Bernardo Sassetti, com carreira internacional e o grande mestre da “Villeann Pipes” e “Low Whistles”: Davy Spillane.

Depois de uma digressão bem sucedida, aceitou o desafio de se apresentar no grande Auditório do Centro Cultural de Belém, por quatro noites consecutivas, que daria origem a um CD duplo “Ao Vivo no CCB”, galardoado com dupla platina.

Em 1998 Luís Represas editou o quarto trabalho, A Hora do Lobo, onde se dá o seu reencontro com Miguel Nunez, do qual resulta um álbum cheio de melodias intensas e fascinantes. “A Hora do Lobo”, canção que dá título ao disco, conta com a participação de Pedro Guerra, músico espanhol extremamente popular no país vizinho.

O resultado traduziu-se em inúmeros espectáculos por todo o país e na participação especial num espectáculo memorável na EXPO 98, no dia em que estavam presentes 100.000 visitantes.

Em 12 de Maio de 1999, a convite do Presidente da República Dr. Jorge Sampaio, Represas reúne-se com os Trovante para um espectáculo memorável no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Este emocionante reencontro deu origem a um cd duplo, ao vivo, intitulado “Uma Noite Só”, que atinge o galardão de dupla platina. Também em 1999, Represas aceitou o convite para ser a voz, na versão portuguesa, dos temas originais de Phil Collins, para a banda sonora do filme de animação Tarzan, da Disney.

Na sequência da luta pela causa Timorense, Luís Represas foi convidado pelo então Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, a deslocar-se a Timor, em visita oficial, levando na bagagem o tema que se tornou num hino à independência e paz do território, Timor. Regressou ao país, desta vez a convite de Xanana Gusmão, para participar nas comemorações do primeiro aniversário do referendo que decidiu pela via da independência do território.

Em Abril de 2000 deslocou-se ao Brasil para dois concertos no Rio de Janeiro e São Paulo, onde dividiu o palco com Daniela Mercury.

Em 2001 Luís Represas gravou o seu quarto disco em Espanha e comemorou 25 anos de carreira, celebrando-os com concertos no Pavilhão Atlântico e no Coliseu do Porto, onde contou com presenças muito especiais como João Gil, Manuel Faria e Bernardo Sasseti. Em Setembro começou o seu novo projecto Reserva Especial, depois de passar por Praga e gravar com a Orquestra Sinfónica da República Checa.

O novo disco reunia 21 grandes canções intemporais, numa colectânea com arranjos de José Calvário, e participações especiais de outros músicos. Em 2002 compôs, a convite da Swatch, o tema Quero uma Casa deste Tamanho, editado em disco com duas gravações inéditas do concerto “25 Anos de Música” no Pavilhão Atlântico, cujas receitas reverteram a favor da instituição de solidariedade Ajuda de Berço.

Em 2003 Luís Represas apresentou o seu novo álbum de originais, um disco gravado entre Portugal, República Checa e Cuba que contou com a participação de músicos que já se conheciam entre si há muitos anos, como Luis Fernando, Miguel Nunez ou Osmany Sánchez.

Já em 2004, no Verão, sobe ao palco Mundo do Rock In Rio Lisboa, onde milhares de fãs assistiram a uma actuação memorável.

Em 2005, no dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi condecorado com a Ordem de Mérito Presidente da República, Jorge Sampaio. Em 2006, lançou o álbum “A história Toda”, que resume em CD e DVD um extenso repertório de sucesso. Trata-se da gravação do seu espectáculo comemorativo de 30 anos de carreira, que esgota rapidamente o Coliseu do Porto e mais uma vez o Palco do Grande Auditório do CCB, por duas noites consecutivas. Luís Represas sobiu mais uma vez ao palco do Pavilhão Atlântico, ao lado do Maestro José Cura, a propósito da III Gala da Associação Portuguesa Contra a Leucemia, no dia 25 de Janeiro de 2007, tendo participado nos anos anteriores em 2002 e 2007, assim como outros artistas como Rui Veloso, Ala dos Namorados, Mariza, Carlos do Carmo, Jorge Palma, entre outros.

Em 2007, deu início ao projecto Luís Represas e João Gil. Após 13 anos do fim dos Trovante, os dois músicos sentaram-se novamente em palco para partilhar com o público muitas histórias conjuntas, espectáculo que percorreu várias cidades do país, sendo considerado um enorme êxito.

Olhos nos olhos, o seu nono disco a solo, lançado em 2008 foi integralmente gravado em Cuba, contando com a participação especial da brasileira Simone, dos cubanos Pablo Milanés e Liuba Maria Hévia, entre outros.

O álbum é constituído por 12 temas, 11 deles originais e uma nova versão de Colibri. Represas assina a maioria das composições e letras, fazendo parcerias com Ana Vidal, João Monge, João Gil e Margarida Pinto Correia. A Tour, nesse ano, conta com uma série de espectáculos por todo o país e, já em 2009, a apresentação do álbum dá-se em duas noites muito especiais. O Campo Pequeno e o Coliseu do Porto foram as salas de prestígio escolhidas para comemorar o sucesso da edição do disco, em espectáculos que contam com as participações especiais de Simone, João Pedro Pais e Miguel Nunez. Assim nasceu o trabalho Luís Represas – Ao Vivo no Campo Pequeno – editado em 2010. Um registo de um desses espectáculos, que resulta num verdadeiro “best-of” do artista que é uma referência da música nacional.

Luís Represas colaborou ainda em 2010 com a cantora baiana Margareth Menezes, juntos interpretaram o tema Um Caso a Mais no DVD da brasileira, aqui com novo arranjo e direcção musical de Marco Mazzola, produtor de referência da MPB. Participaram também neste DVD outros artistas fundamentais da música brasileira, como Gilberto Gil e Carlinhos Brown.

No final de 2011, Luís Represas surpreende e junta-se a João Gil para trabalharem num disco de originais.

Na altura em que ambos celebraram 35 anos de carreira, desde o fim dos Trovante, Luís Represas e João Gil assinaram um álbum em Conjunto.

Luís Represas

Sérgio Godinho, Salão de festas, 1984.
Sérgio Godinho

Sérgio Godinho nasceu no Porto a 31 de agosto de 1945. Cantor, compositor, escritor (para adultos e crianças), actor (de teatro e cinema), realizador, Sérgio Godinho é, para citar uma das suas canções clássicas, o verdadeiro “homem dos sete instrumentos”. Mas, numa carreira artística de invejável longevidade, foi o seu trabalho enquanto cantor-compositor que o tornou num ícone capaz de reunir à volta das suas canções gerações de diferentes idades, vivências e aspirações.

No início dos anos 70, Sérgio Godinho participou como actor durante quase dois anos na produção parisiense do musical Hair e em 2008 estreia Onde Vamos Morar de José Maria Vieira Mendes, que esteve em cena em Lisboa e depois percorreu o país em digressão.

Na área infantil, compôs temas para séries televisivas (Os Amigos de Gaspar, Árvore dos Patafúrdios) e escreveu a peça de teatro Eu, tu ele nós vós eles em 1980.

O cantautor também se revelou na escrita, não só de obras infanto-juvenis como caixa e O Pequeno Livro dos Medos (cujas ilustrações também lhe pertencem), como na poesia com a edição em 2009 de O Sangue Por Um Fio. É de destacar ainda a edição de 60 Canções de Sérgio Godinho e a sua biografia musical, Retrovisor, escrita por Nuno Galopim.

Em 2009, juntou-se a José Mário Branco e Fausto Bordalo Dias para Três Cantos. Foram quatro noites com lotação esgotada no Campo Pequeno e Coliseu do Porto. Este reencontro ficou registado em CD e DVD com a edição de Três Cantos ao Vivo, que atingiu o Galardão de Ouro na sua semana de edição.

Mútuo Consentimento foi lançado em 2011 e entrou directamente para o n.º 1 do Top Nacional de Vendas, revelando algumas parcerias inéditas: Bernardo Sassetti, Noiserv, Francisca Cortesão (aka Minta), o percussionista António Serginho (Foge Foge Bandido) e a Roda de Choro de Lisboa são alguns dos que se juntaram à banda que tem acompanhado Sérgio Godinho nos últimos anos – “Os Assessores”. A par desta publicação, a comemoração dos 40 anos de actividade musical foi ainda celebrada pela edição do livro Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações, onde as suas letras são “revistas” por outros tantos ilustradores; e, já em 2012, o livro de crónicas Caríssimas 40 Canções, centrado na “canções dos outros”, num olhar pessoal e rememorativo dos intérpretes e autores que marcaram o seu percurso.

Em 2013, foi galardoado com o Prémio Tenco, promovido pela associação cultural italiana Cosi Di Amilcare. Tendo como ponto de partida o livro de crónicas, concebeu e apresentou no Centro Cultural de Belém e na Casa da Música o espectáculo Caríssimas Canções, cuja gravação foi editada em CD no final de 2013.

A propósito da celebração do 40º aniversário do 25 de Abril de 1974, o São Luiz Teatro Municipal convida o “escritor de canções” para a concepção de um espectáculo de cariz especial. Liberdade é o título que Sérgio Godinho encontra dentro do seu próprio repertório, socorrendo-se da canção publicada em 1974 no álbum À Queima-Roupa. Depois de três apresentações lotadas no São Luiz, o espectáculo partiu em digressão, dando origem a mais um registo ao vivo.

Ainda em 2014, Sérgio Godinho publicou Vidadupla, a sua primeira publicação na área do conto, sucedendo assim às edições de poesia e infanto-juvenis.

Irrequieto e aventureiro, Sérgio Godinho guardou para 2015 algo que há muito projectava viesse a suceder – a partilha de palco com Jorge Palma. JUNTOS foi o nome dado ao projecto que “juntou” em palco dois nomes maiores da música nacional e que foi fixado para a posteridade no CD+DVD captado no Theatro Circo em Braga, divulgado ao grande público no final de 2015. A par deste projecto, Sérgio Godinho apresentou o espectáculo Liberdade por todo o país a ainda fora de fronteiras, em Macau e em Espanha, no âmbito da Mostra Portuguesa realizada no país vizinho.

Sérgio Godinho, Salão de festas, 1984.

Sérgio Godinho, Pano cru, 1978

Paulo de Carvalho, cantautor
Paulo de Carvalho

Paulo de Carvalho é um dos monstros sagrados da canção em Portugal. Integrou os famosos Sheiks e projectos fugazes mas ousados como a Banda 4 e o Fluido. Completou 75 anos no dia 22 de outubro de 2022.

O seu primeiro disco de Fado, “Desculpem Qualquer Coisinha”, provoca grande polémica no meio musical português, mas constitui o maior êxito de vendas da sua carreira.

Aos 30 anos de profissão foi homenageado pela Casa da Imprensa na Grande Noite do Fado. Gravou um CD de fados antigos com a participação da Orquestra Filarmónica de Londres, título “Alma”, que considera um disco de estudo na área do Fado para o futuro.

Como autor-compositor tem mais de 300 canções escritas, e é membro da S.P.A.

Colaborou com poetas, escritores e músicos como J.C. Ary dos Santos, F. Assis Pacheco, Ivan Lins, Dulce Pontes, Joaquim Pessoa, Virgílio Massingue, Mafalda Veiga, Maria Barroso, Ana Zanatti, Simone de Oliveira, Alda Lara, Né Ladeiras, Isabel Ruth, Maria Rosa Colaço entre outros.

Compõe canções para muitos companheiros de profissão: Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, Sara Tavares, Martinho da Vila, Anabela, Vasco Rafael, Lena D’Água, Mariza.

Produziu e compôs o primeiro disco de Adelaide Ferreira, aquando de uma experiência como A.R. Nacional numa editora independente, “A Nova”.

Como cidadão e músico tem colaborado na dignificação da sua profissão, participando em centenas de eventos de solidariedade, desde campanhas de angariação de fundos ou chamadas públicas de atenção: Timor, Moçambique, Angola, até às CERCIS, de cujo grupo já faz parte desde a formação.

Esteve também na fundação de cooperativas como a “Toma Lá Disco” (produção discográfica), ou fez parte da “Cantar Abril”, “U.P.A.V.” (Produção Artística).

“Sida Aparecida”, é a primeira canção que em Portugal fala directamente deste flagelo que atingiu a humanidade. Os direitos autorais foram oferecidos à Comissão Nacional da Luta Contra a Sida. Espectáculos para suprimir as necessidades mais prementes de cidadãos carenciados ou de organizações dos mais variados tipos, também fazem parte da sua vida: corporações de bombeiros, hospitais, organizações de doentes específicos.

Teve uma participação muito activa na consolidação da democracia em Portugal. Foi aliás, uma canção cantada por si, “E Depois do Adeus”, que serviu como primeira senha no 25 de Abril de 1974, Revolução dos Cravos. Paulo de Carvalho.

Discografia

  • E depois do adeus, 1974.
  • Até me dava jeito, 1980.
  • Abracadabra, 1981.
  • Cabra cega, 1982.
  • Desculpem qualquer coisinha…, 1985.
  • Homem português, 1986.
  • Duetos, 2017.

Paulo de Carvalho, Desculpem qualquer coisinha…, 1985.

Paulo de Carvalho

Fausto Bordalo Dias, Madrugada dos trapeiros
Fausto Bordalo Dias

Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias nasceu em 26 de Novembro de 1948, em pleno oceano Atlântico, a bordo de um navio chamado “Pátria” que viajava de Portugal para Angola. Foi nesta antiga colónia portuguesa que passou a infância e adolescência e começou a interessar-se por música. Filho de beirões, assimilou os ritmos africanos a que juntaria, mais tarde, os das suas origens lusas.

O primeiro grupo de que fez parte chamava-se Os Rebeldes e cultivava a música pop da altura. Em 1968, com 20 anos, fixou-se em Lisboa para iniciar os estudos universitários (é licenciado em Ciências Sócio-Políticas e frequentou um mestrado em Relações Internacionais) e foi no âmbito do movimento associativo que se revelou como cantor, aproximando-se rapidamente do movimento que já integrava então nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire ou Vieira da Silva – juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio – e que teve um importante papel político e cultural na resistência aos últimos anos do fascismo e no processo revolucionário iniciado com o 25 de Abril de 1974.

É impossível dissociar o seu nome de discos tão fundamentais da música portuguesa contemporânea como Por Este Rio AcimaO Despertar dos AlquimistasPara Além das CordilheirasA Preto e Branco ou Crónicas da Terra Ardente.

Com Fausto, é toda uma viagem pelo universo dos sons, da memória colectiva, do sentir mais profundo que nos une enquanto comunidade(s).

Discografia

Álbuns de originais

Fausto (1970)
P’ró Que Der e Vier (1974)
Um Beco com saída (1975)
Madrugada dos Trapeiros (1977)
Histórias de Viageiros (1979)
Por Este Rio Acima (1982)
O despertar dos alquimistas (1985)
Para além das cordilheiras (1987)
A preto e branco (1988)
Crónicas da terra ardente (1994)
A Ópera Mágica do Cantor Maldito (2003)
Em Busca das Montanhas Azuis (2011)

Singles e EPs

Fausto (1º EP, 1969)
Llora, Amigo, Llora (1970)
África / Ó Pastor Que Choras (1970)
Venha Cá Sr. Burguês (1974)
Marcolino (1975)
Uns Vão Bem E Outros Mal (1977)
Se Tu Fores Ver O Mar (1978)
Guerra do Mirandum (Single, 1984)
O Coça-Barriga (1985)
O Despertar Dos Alquimistas (1985)
Navegar, Navegar (1986)

Coletâneas

O Melhor dos Melhores (1994)
Atrás dos Tempos Vêm Tempos (1996)
Grande Grande É a Viagem (ao vivo) (1999)
18 canções de amor e mais uma de ressentido protesto (2007)

Álbuns em colaboração

cantigas De Ida E Volta (1975), em Conjunto com Sérgio Godinho, Vitorino e Sheila Charlesworth
A Confederação (1978), em Conjunto com Sérgio Godinho e José Mário Branco
Três Cantos: Ao Vivo (2009), em Conjunto com Sérgio Godinho e José Mário Branco

Prémios e Condecorações

1969 – Prémio Revelação, atribuído pela Rádio Renascença
1988 – Prémio José Afonso
1994 – Oficial da Ordem da Liberdade (9 de Junho)
2012 – Melhor Álbum – Prémios Autores da Sociedade Portuguesa de Autores, “Em Busca das Montanhas Azuis”[19]
2012 – Melhor Canção – Prémios Autores da Sociedade Portuguesa de Autores, “E Fomos pela Água do Rio”
2017 – Prémio Carlos Paredes (Carreira)

Fonte: Wikipédia

Fausto Bordalo Dias, Madrugada dos trapeiros

Fausto, História de Viageiros

Fausto, História de Viageiros

JP Simões, cantor, compositor, letrista, contista e dramaturgo
JP Simões

Cantor, compositor, letrista, contista e dramaturgo, J.P. Simões nasceu em Coimbra e vive em Lisboa. Estudou Comunicação Social, Direito da Comunicação, Escrita de Argumento, História do Teatro, Saxofone, língua Árabe, entre outros assuntos e é Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade de Lisboa (FLUL).

Depois de integrar os Pop Dell’Arte em meados dos anos 90 esteve nos Belle Chase Hotel, com os quais editou dois álbuns. Mais tarde editou um álbum no Quinteto Tati antes de iniciar, em 2007, uma discografia em nome próprio com o álbum “1970”, aos quais se seguiram “Boato” (2009), “Onde Mora o Mundo” (de 2010, com Afonso Pais), “Roma” (2013) e mais recentemente “Tremble Like a Flower” (2017), como Bloom.

Participou no Festival da Canção de 2018 com “Alvoroço”, que venceu o prémio de melhor tema de Música Popular na Gala Prémio Autores 2019 da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo ainda lançado, em 2016 e 2021, os discos “Tremble Like a Flower” e “Drafty Moon”, sob o pseudónimo Bloom.

JP Simões, cantor, compositor, letrista, contista e dramaturgo

JP Simões, cantor, compositor, letrista, contista e dramaturgo

Ao vivo, apresenta-se a solo, com um repertório que atravessa diferentes fases da sua carreira, em banda para apresentar reportório de Bloom e, também em banda, no espectáculo Canções de José Mário Branco, no qual presta uma sentida homenagem a uma das personalidades que mais marcaram a música portuguesa desde a década de 1960.

JP Simões canta José Mário Branco

JP Simões canta José Mário Branco (2024) é um disco de homenagem a um dos nomes maiores da música nacional por um dos seus mais reconhecidos admiradores.

“Como uma transfusão de sangue, creio que comecei a sentir-me cada vez mais próximo da música de José Mário Branco à medida que a fui tocando e cantando, sempre que a oportunidade surgia. Como se a espessura ética e poética das suas canções fosse progressivamente ocupando e fortalecendo um lugar onde antes havia insegurança e incerteza, à medida que as fui cantando e cantando e acreditando cada vez mais no que cantava.” (JP Simões)

Depois de várias revisitações avulsas, JP Simões debruça-se na essência e no significado de oito composições intemporais de José Mário Branco, oferecendo uma interpretação comovente, reinventando e revitalizando o seu legado para uma nova geração de ouvintes.

A escolha do tema que abre a porta para esta celebração da vida e trabalho de José Mário Branco recaiu na emocionante “Mariazinha”, canção incluída na emblemática obra de 1971 “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades”.

Mais de cinco décadas depois, esta versão realça a atualidade e a urgência do original, relato de uma vivência feminina plena de desafios e dificuldades como a pobreza, a opressão e a exploração.

O videoclipe é assinado por um antigo cúmplice de JP Simões, o realizador António Ferreira (“Bela América”, “Pedro e Inês” e “Esquece Tudo o que te Disse”).

Gravado entre Leiria e Sintra e com o selo da Omnichord Records, “JP Simões canta José Mário Branco” está disponível nas plataformas digitais e tem prevista uma edição física limitada em CD e Vinil.

JP Simões canta José Mário Branco

JP Simões canta José Mário Branco

“Depois de uma muito considerável quantidade de concertos centrados no seu trabalho, que foram afinando essa proximidade, surgiu um convite para – porque não? – fazer um registo que lhe fosse inteiramente dedicado. É uma voz agora oportuna e necessária a de José Mário Branco? É pungente e transborda beleza e coragem? Sem dúvida. E aqui estamos. E o mais intrigante para mim é lançar um disco onde pela primeira vez sou exclusivamente intérprete das canções de outra pessoa e sentir que é talvez o disco mais íntimo que alguma vez produzi. Cabe-me agradecer ao autor este privilégio de me sentir mais completo e menos só, na casa que ele construiu para todos”. (JP Simões)

J.P. Simões, 1970

Publicou um livro de contos e um dos libretos das duas óperas que já produziu. Escreveu argumentos para cinema e é ocasionalmente ator.

Vitorino Salomé
Vitorino

Vitorino nasceu numa família de músicos, no Redondo. Desde que nasceu ouvia música em casa, tocada pelos tios, tendo sido sempre neste ambiente que cresceu, bem como os quatro irmãos, todos músicos. Vitorino é o terceiro dos cinco; o cantor Janita Salomé é o quarto.

Conheceu Zeca Afonso, de quem se tornou amigo, quando estava a fazer a recruta no Algarve. Fixou-se em Lisboa a partir dos 20 anos. Em 1968 entrou para o Curso de Belas Artes, mas já antes disso tinha começado a pintar. Emigrado em França, um amigo lhe disse que se ganhava mais a cantar na rua ou no metro do que a lavar pratos. Largou os pratos e agarrou na guitarra.

Em Paris juntou-se com Sérgio Godinho e José Mário Branco, igualmente emigrados.

Colaborou em discos de José Afonso, Coro dos Tribunais, e Fausto. Actuou no célebre concerto de Março de 1974, I Encontro da Canção Portuguesa, que decorreu no Coliseu dos Recreios. Lançou nesse ano o seu primeiro single: Morra Quem Não Tem Amores.

Participou no disco cantigas de Ida e Volta conjuntamente com outros nomes como Fausto, Sheila e Sérgio Godinho.

Em 1975, estreou com o seu primeiro disco que incluía uma das canções mais importantes do imaginário português: “Menina estás à janela”. No álbum Semear Salsa ao Reguinho aparecem ainda canções como “Cantiga d’um Marginal do séc. XIX”, “A primavera do Outono”, “Cantiga de Uma Greve de Verão” e “Morra Quem Não Tem Amores”.

Em 1990 surgiu com o quarteto Lua Extravagante, com Filipa Pais e os seus irmãos Janita e Carlos Salomé. O álbum homónimo surgiu em 1991 com canções como “Lua de Papel”, “Ilha” ou “Adeus Ó Serra da Lapa”.

Com o álbum Eu Que Me Comovo Por Tudo E Por Nada, de 1992, com textos de António Lobo Antunes, venceu o Prémio José Afonso/93 e o Se7e de Ouro/92 para Música Popular. Os temas mais conhecidos deste disco são “Bolero do Coronel Sensível Que Fez Amor Em Monsanto”, “Tango do Marido Infiel Numa Pensão do Beato” e “Ana II”.

Em 1993 foi editada a compilação As Mais Bonitas com regravações de “Laurinda” e de “Menina Estás À Janela” e a gravação de Vitorino para “Ó Rama Ó Que Linda Rama”.

O álbum A Canção do Bandido, editado em 1995, inclui canções como “Nomes do Amor”, “Fado da Prostituta”, “Tocador de concertina” e “Fado Alexandrino”. É um dos discos candidatos ao Prémio José Afonso.

Foi fundador do projeto Rio Grande juntamente com Rui Veloso, Tim, João Gil e Jorge Palma. O disco de estreia foi editado em 1996. Em 1997 foi editado o álbum “Dia de Concerto” com gravações ao vivo dos Rio Grande.

Vitorino, Janita Salomé, Rui Alves, Ricardo Rocha e João Paulo Esteves da Silva apresentaram no CCB, no âmbito do festival dos 100 dias da Expo-98, os dois espetáculos “A Utopia e a Música” onde apresentaram um repertório menos conhecido de Zeca Afonso.

Com a brasileira Elba Ramalho participou, em 1999, num dos programas Atlântico de Eugénia Melo e Castro.

Em 1999 gravou um disco em Cuba com o Septeto Habanero. “Desde El Día En Que Te Vi” e “Toda Una Vida” foram os temas em maior destaque do disco La Habana 99.

Participou, com Pedro Barroso e Isabel Silvestre, na campanha da FENPROF para colocar novamente de pé o sistema educativo timorense. No disco Uma Escola Para Timor, de 2000, são interpretadas canções do professor e músico Rui Moura.

Em 2001 foi editado Alentejanas e Amorosas. O disco inclui os temas “Vou-me Embora Vou Partir”, “Alentejanas e Amorosas”, “Meu Querido Corto Maltese”, “Ausência em Valsa”, “Cão Negro”, “Constança”, “Bárbara Rosinha”, “Dona dos Olhos Castanhos”, “Paixão e Dúvida”, “Mariana à Janela”, “Coração ao Deus Dará” e “Guerrilha Alentejana”. Inclui também o tema da série “Estação da Minha Vida”.

A compilação As Mais Bonitas 2 – Ao Alcance da Mão foi editada 2002. Inclui os inéditos “Galope” e “O Dia Em Que Me Queiras”.

Colabora num dos temas do projeto Cabeças No Ar.

Ao Alcance da Mão é o nome de um songbook, editado em 2003 pela editora D. Quixote, com 25 canções do seu repertório. O livro é acompanhado de um CD onde interpreta os temas “Menina Estás à Janela”, “Queda do Império” e “Alentejanas e Amorosas”.

O álbum Os Amigos – Coimbra nos arranjos de António Brojo e António Portugal conta com a participação de Vitorino, Luís Góis, Janita Salomé, Almeida Santos, Manuel Alegre, entre outros.

Em 2004 foi lançado o disco “Utopia”, de Vitorino e de Janita Salomé, com o registo dos dois concertos realizados no CCB em Fevereiro de 1998. Ainda em 2004 foi editado o álbum Ninguém Nos Ganha Aos Matraquilhos! que contou com a colaboração de nomes como Rui Veloso, Manuel João Vieira e Sílvia Filipe.

A completar 30 anos de carreira, foi editada em 2006 a compilação Tudo com 50 canções em três discos temáticos subordinados a O Alentejo, Lisboa e O Amor.

Em 2006, Manuel Freire, Vitorino e José Jorge Letria cantaram Abril aos mais novos no disco Abril, Abrilzinho que foi lançado através do jornal Público.

Em 9 e 13 de Maio de 2007 deu concertos ao vivo em Lisboa, no Teatro da Trindade, dos quais resultou o CD intitulado AO VIVO — Vitorino a preto e branco.

Em 2009 publicou o CD TANGO, El Perro Negro Canta, gravado em Buenos Aires, na Argentina, mas com três temas gravados em Lisboa, o qual dedicou à memória do pintor João Vieira, que lhe ilustrou as capas desde o CD Tudo. (João Vieira é pai do músico Manuel João Vieira, dos Ena Pá 2000.) Para a comemoração do centenário da implantação da República, em 5 de outubro de 2010, com a colaboração do Jornal de Notícias e o Montepio Geral e o apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores, publicou um CD com 6 originais intitulado Viva A República, Viva.

Para comemorar os seus 35 anos de carreira, deu concertos nos Coliseus de Lisboa e Porto, a que chamou “35 Anos a Semear Salsa ao Reguinho”, numa alusão ao seu 1º LP, acompanhado pela belíssima Orquestra das Beiras, com origem e forte ligação à Universidade de Aveiro, para os quais convida alguns amigos para estarem também em palco, quer músicos, quer não músicos.

Do concerto no Coliseu de Lisboa resultou um CD e um DVD com excelente montagem, precisamente com o nome “35 Anos a Semear Salsa ao Reguinho”.

Em 2013 participou na WOMEX (World Music Exposition), em Tessaloniki, Grécia, despertando grande interesse dos participantes.

Em 2021 na WOMEX (World Music Exposition), PORTO, abriu a programação com um concerto ao vivo.

Vitorino é, mais do que um músico, um artista multifacetado com preocupações culturais, sociais e, sobretudo, com uma enorme abertura para o intercâmbio artístico.

 

Vitorino, Joana Rosa