João Neves

João Neves, maestro
João Neves

João Neves nasceu a 12 de maio de 1951 e faleceu a 19 de maio de 2023.

Natural de Fermentelos, o maestro João Neves iniciou a sua preparação musical aos 10 anos na Banda Nova de Fermentelos de que viria a ser Maestro.

Aos 16 anos prosseguiu os estudos no Conservatório de Música de Aveiro. Mais tarde e já no Conservatório Nacional de Lisboa, sob a direcção de Isaura Paiva de Magalhães, frequentou o curso de violoncelo que concluiu com a classificação final de 19 valores.

Ingressou em 1970, como clarinetista, na Banda da Guarda Nacional Republicana, então sob a regência do Cap. Silva Dionísio. Nesta banda e já como violoncelista, foi chefe de naipe e solista até ao posto de Sargento – Chefe. Dirigiu também durante alguns anos e até à reforma no início de 2002, a Banda Marcial da GNR de Lisboa e a respectiva Orquestra Ligeira e ainda algumas vezes como músico, outras como maestro, integrou a Orquestra de Câmara da GNR (com a qual tocou em concertos e jantares de gala para reis, presidentes, primeiros-ministros e outras personalidades importantes que passavam pelo país).

Foi músico da Orquestra Sinfónica Juvenil no seu primeiro concerto e outros. Em 1973 entrou para a Orquestra Filarmónica de Lisboa – Orquestra de Ópera do Teatro Nacional de S. Carlos – dali transitando em 1976 para a Orquestra da Radiodifusão Portuguesa, onde por várias vezes foi 1.º violoncelo, ficando desde aí a pertencer à Regie Sinfonia, com a qual, como melhor Orquestra Portuguesa naqueles anos, entre outros concertos, acompanhou Luciano Pavarotti, José Carreras, Monserrat Caballé e Teresa Berganza.

Em 1991 formou o Quarteto de Cordas de Almada, tendo fundado também o Ars Música, composto por solistas da GNR. Além do curso de violoncelo do Conservatório Nacional, frequentou também os cursos de violoncelo de Santiago de Compostela (Espanha), da Costa do Sol (Estoril), o de Música de Câmara no Conservatório Nacional e o de Maestro de Juventude Musical, no qual foi discípulo do Maestro Herbert Jonis e outros.

Em 1993 organizou o 1.º Festival de Banda Militares das Festas da Cidade de Lisboa que decorreu no Teatro Maria Matos. Na ilha de S. Jorge – Açores, deu um curso de férias para regentes e músicos de todas as bandas açorianas.

Foi o responsável pelo programa de encerramento de Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura no que respeitou à participação de bandas civis.

Em 2002, deu outro curso de igual teor em Loulé para todos os maestros das bandas do Algarve. Desde 1994 foi dinamizador do Centro Comercial Amoreiras onde proporcionou actuações a grupos corais, artistas variados, ranchos folclóricos e às melhores bandas de música do país. Em 1997 criou a Camerata Amoreiras.

Preparou com Amália Rodrigues o seu último espectáculo que decorreu no Coliseu de Recreios e no qual dirigiu a orquestra que acompanhou a grande fadista.

Em 1978/79 dirigiu o Coral da vizinha vila de Oiã.

Como maestro de bandas filarmónicas iniciou a actividade em 1980 na Banda 12 de Abril e a sua Juvenil, de Travassô onde se manteve durante 5 anos. De 1982 até 1989 dirigiu também a Banda Perpétua Azeitonense e a Juvenil da mesma. Dirigiu também a Banda Nova de Fermentelos e a Banda Matos Galamba – Alcácer do Sal, as suas orquestras juvenis e ligeiras, sendo também o responsável pelas respectivas escolas de música.

Para além das orquestras de que fez parte, foi ainda convidado pela Orquestra de Graça Moura “Os Insólitos”, por Orquestras da T.V. e pela Orquestra Gulbenkian, com a qual fez uma digressão à Alemanha e Viana de Áustria. Foi seleccionado para fazer parte da Orquestra que representou Portugal na Europália – Bélgica. Ainda na Bélgica, actuou com a Sinfónica da GNR, bem como na Espanha, Suíça e Luxemburgo, e em Espanha, este com a Sinfónica da RDP.

Como organizador promoveu o 1.º Festival Nacional de Bandas Civis, tendo para o efeito composto duas marchas e dirigido as 18 Bandas presentes dos 18 distritos portugueses.

Ganhou em 1997 o prémio da melhor música no concurso de marchas realizado em Álcácer do Sal.

De 1978 a 1981 deu aulas de violoncelo na Fundação Amigos das Crianças.

Dirigiu a Camerata Amoreiras no Centro Cultural de Belém, a Banda Matos Galamba em Espanha, França e nos grandes palcos portugueses do Continente e Açores. A Banda Nova de Fermentelos em Espanha, Suiça, Liechenstein, Brasil, Açores, Madeira, nas grandes romarias e também em bons teatros portugueses tais como o Rivoli, S. Luís, Trindade, Fórum de Lisboa e em palcos como o Bojador (Expo´98), Praça Sony e na Praça do Comércio em Lisboa.

Foi visto em écrans da TV muitas vezes como músico (desde 1970) e também como maestro.

Actuou muitas vezes na RDP.

Fonte: Bandas Filarmónicas

João Neves, maestro

João Neves, maestro

Discografia

A Banda Nova gravou 11 CD e 2 videocassetes sob a sua direcção e 1 LP com a sua participação como músico. Também gravou com a Matos Galamba.

A Banda Nova, Matos Galamba e a Camerata Amoreiras, fizeram ainda muitos concertos a acompanhar cantores e cantoras (com destaque para o tenor Carlos Guilherme), grupos corais e solistas, sempre com a direcção de João Neves. Homem e músico extremamente dedicado e competente, muito tem dado em prol da formação de jovens músicos e do desenvolvimento qualitativo das Bandas que tem dirigido, esperando-se que o seu saber e experiência continuem a elevar, cada vez mais, a arte musical.

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