Zurita de Oliveira

Zurita de Oliveira

Pioneira do rock em Portugal, Zurita de Oliveira nasceu a 19 de janeiro de 1931, em Torres Novas, Portugal, e morreu em 2015, aos 83 anos.

Discografia

Singles & EPs

O Fado nem sempre é Triste / Bati à Porta da Vida ‎(Shellac, 10″) Discos Estoril D 18526 1954
O Bonitão do Rock ‎(7″, EP) Alvorada MEP 60290 1960
O Bonitão do Rock / Lagarta Da Couve ‎(7″, Single) Alvorada MN 97.017

Compilações

Zurita de Oliveira, Maria Antonieta, M. Amélia Marques – Sois Inéditas ‎(CD, Comp) Discos Estoril 20016-2 1993

Zurita de Oliveira, rock and roll português

Zurita de Oliveira, rock and roll português

Rock and roll português, com os Conchas, Daniel Bacelar, Zeca do Rock, Zurita de Oliveira e muito mais!

Zurita de Oliveira, rock and roll português

Zurita de Oliveira e a Orquestra de Ferrer Trindade, Alvorada, 1960

ALINHAMENTO

  • O Bonitão do rock
  • Só sem ninguém
  • Lagarta da couve
  • Quem foi

Zurita de Oliveira
por João Carlos Callixto / Gramophone, RTP Memória

Em 1960 e os holofotes incidiam sobre Zurita de Oliveira, meia-irmã do actor Camilo de Oliveira. Neta de Júlia Arjona, também conhecida como Julieta Rentini e dona da companhia teatral com o mesmo nome, o meio artístico estava-lhe portanto no sangue.

Em meados da década de 1950, Zurita gravara alguns discos de 78 rpm na editora Estoril, do empresário Manuel Simões. Com acompanhamento de Belo Marques, aí se incluem composições deste maestro ou de João Aleixo, também maestro e marido da sua prima Leónia Mendes. Esta foi aliás uma das presenças no filme “O Cantor e a Bailarina”, do realizador Armando de Miranda, onde Zurita participou ao lado de outros cantores, como o então casal Domingos Marques e Maria Adelina.

Em 1960 Zurita viu editado o seu trabalho mais significativo e que lhe granjeia um justo lugar na História da nossa Música, a “O Bonitão do Rock”, uma composição com letra e música da própria cantora. Neste ano em que é publicado o primeiro disco associado às novas linguagens juvenis – o EP “Caloiros da Canção 1”, de Daniel Bacelar e dos Conchas – e apesar da quase ingenuidade da letra, que retrata uma paixoneta juvenil por um músico de rock, esse crédito autoral não é de forma nenhuma um factor de somenos. Durante a década de 60, a presença de mulheres como solistas no âmbito das linguagens rock era praticamente inexistente e como compositoras o cenário era nulo – seria preciso esperar pela geração de 80s para que as coisas mudassem.

No entanto, o pioneirismo não valeu uma carreira de sucesso a Zurita de Oliveira, que nos deixou em 2015. Como intérprete, não voltaria aliás a gravar, surgindo o seu nome ao longo da década de 60 como autora de vários fados para Ada de Castro.

Fonte: João Carlos Callixto, Gramophone, RTP Memória (com pequenas adaptações)